Leia Também
Para confirmar a sua vinda para a Fliporto deste ano, a única exigência do autor português Valter Hugo Mãe foi a seguinte: queria marcar um encontro com o escritor e dramaturgo Ariano Suassuna. Ao saber, antes da viagem, do problema de saúde recente do autor de Auto da Compadecida – que, por coincidência, havia encerrado o festival em 2012 –, estava triste, achando que perderia a possibilidade. No domingo pela manhã, no entanto, estava lá, de frente com Ariano.
Na entrevista ao JC antes de sua mesa, que foi uma conversa descontraída sobre sua vida com o escritor Sidney Rocha, Valter avisou que gostaria muito de falar sobre o assunto para o público. “Fiquei muito impactado com o que aconteceu. Ele é uma das figuras mais incríveis da literatura brasileira, um dos homens mais cordiais e elegantes, um dos melhores escritores e bons homens”, contou. Foi, para ele, uma “lição de maturidade, de pungência, de qualidade, de gente”.
Durante a mesa, contou outros detalhes do encontro. “Eu fui o caminho de ida todo cantando em voz alta”, confessou o escritor. “E voltei calado, abismado com aquela pessoa”. Segundo ele, o simples fato de existir o encontro foi de uma gentileza enorme de Ariano, que, aos 86 anos, poderia estar cansado para receber um “escritor português careca”, como brincou.
O português ainda trouxe para Fliporto um recado de Ariano. “Ele já pediu aos seus médicos para avisar a (Onça) Caetana que não pretende morrer. E eu repasso a notícia a vocês: Ariano Suassuna não pretende morrer”, afirmou, antes de ser ovacionado pelo público.
Leia a matéria completa no Jornal do Commerio desta terça (19/11)