A ligação de Hilda Hilst com o cósmico vai virar documentário. Até o final do ano, a cineasta Gabriela Greeb espera lançar o filme Hilda Hilst pede contato. A narrativa será conduzida pela voz da própria escritora, extraída de 100 horas de áudio gravadas em fitas cassete. Encontrado na Casa do Sol, em Campinas, o material é resultado de anos de experiência da autora na tentativa de se comunicar com parentes e amigos mortos. Conhecido como transcomunicação instrumental, esse fenômeno fez parte dos experimentos realizados pelo cientista suíço Friedrich Jurgenson, que Hilda seguiu.
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Com um gravador, a escritora tentava captar o que se chama de “ruído branco”, emitido no intervalo entre duas estações de rádio. A ideia extravagante de Hilda de se conectar com o sobrenatural fez com que ela ganhasse mais de 10 minutos no programa Fantástico (TV Globo), em 1979. O vídeo mostra HH apresentando a gravação de uma voz que ela afirmava ser de sua mãe.
“Hilda não se conformava com a ideia de finitude do espírito e falava em criar um centro de estudos da imortalidade na Casa do Sol. No filme, vamos trazer um pouco disso, com HH na primeira pessoa. Será como se ela viesse de outro plano conversar com os vivos. Os depoimentos serão usados como se os amigos estivessem falando com ela”, explica Gabriela, dizendo que Hilda será interpretada pela atriz Luciana Domschke. Decisiva para o filme, a produção de som ficou sob o comando do premiado francês Nicolas Becker, dos filmes Gravidade e Batman begins. Já a fotografia é assinada pelo português Rui Poças.
Com orçamento de R$ 1,2 milhão, o filme está em fase de captação de recursos. Metade do valor será bancado pelo prêmio Petrobras Cultural de longa metragem, conquistado por Gabriela Greeb em 2012.