Uma enorme participação popular marcou o sepultamento do poeta pernambucano Marcus Accioly, 74, neste domingo (22), no município de Aliança, Zona da Mata, terra onde nasceu.Vítima de um infarto fulminante, nesse sábado (21), o escritor, além das grandes obras já publicadas, deixa como legado mais de 20 publicações inéditas e um sentimento de falta tanto para a Academia Pernambucana de Letras (APL) como para a literatura de Pernambuco.
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O corpo de Accioly foi velado desde ontem à noite. Primeiro, na Região Metropolitana do Recife, no Cemitério Morada da Paz, em Paulista, e em seguida na sede da Prefeitura de Aliança. O sepultamento do corpo foi realizado no cemitério do município, por volta das 11h. "A morte de Marcos nos tomou a todos de surpresa, porque nós conversamos por telefone na sexta feira, por muito tempo, programando eventos para a APL para o ano de 2018. O falecimento dele é uma perda para a APL e uma grande perda para a poesia pernambucana, sobretudo porque ele tomava muitos temas regionais, nordestinos, imortalizando situações da nossa terra, da nossa gente", lamentou a presidente da APL, Margarida Cantarelli.
Filho da terra, Marcus, entre as suas contribuições literárias à Aliança, tem como destaque a letra, considerada uma verdadeira poesia, do hino da cidade. Durante o enterro, políticos como o prefeito de Aliança, vereadores e o secretário de Cultura de Pernambuco, Marcelino Granja, estiveram presentes. Representando a APL, além da presidente, estavam também José Mario, Reinaldo Oliveira e Ângelo Monteiro.
A morte, considerada precoce, ocorreu na casa onde ele morava há cerca de sete anos, na Ilha de Itamaracá. "Ele se inspirava na ilha, era apaixonado por esse local. Ainda o levaram para o hospital, mas ele não resistiu. Aparentemente, Marcos estava bem, gozava de muita saúde e não tinha pelo menos nada que indicasse problemas cardíacos", conta Cantarelli.
Obras
Graduado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, e Pós-graduado em Teoria Literária pela Universidade Federal de Pernambuco, onde ministrou aulas até sua aposentadoria. Aciolly foi vencedor, entre várias honrarias, do Prêmio Olavo Bilac, da Academia Brasileira de Letras, e Prêmio de Poesia, da Associação Paulista dos Críticos de Artes, ambos pela obra Narciso. Além de ter publicado 14 livros e deixado 20 inéditos, Marcus contribuía para o Jornal do Commercio com artigos de opinião publicados quinzenalmente às quintas-feiras.
Obras: Cancioneiro (1968); Nordestinados - poemas Canção (1971); Xilografia (1974); Sísifo (1976); Poética (1977); Ó(de)Itabira (1980); Narciso (1984);Íxion (1986); Guriatã (1986); Para(ti)nação (1986); Poética-Popular; Érato Latinoamérica; Louvação & Incelença; O Exílio da Canção.