O cantor Cauby Peixoto, que faleceu na madrugada desta segunda (16), aos 85 anos, em São Paulo, foi várias vezes convidado especial dos programas apresentados pelo radialista Geraldo Freire, da Rádio Jornal. Os dois foram amigos de longa data, desde a época em que os cantores frequentavam muito mais as rádios do que hoje.
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"Ele tinha uma ligação profunda comigo e com a Rádio Jornal, participando, inclusive, de nossas programações festivas de fim de ano. Temos músicas que foram cantadas por ele exclusivamente para a Rádio, como uma natalina que foi gravada aqui no estúdio, acompanhada por violão", contou o radialista.
A última vez em que se viram foi há cerca de três anos, nos estúdios da Tv Jornal, já que as dores na coluna não o permitiam mais subir as escadas da Rádio. Apesar da distância física, Geraldo continuou recebendo as músicas que o amigo gravava e o enviava.
O radialista conta qual das canções interpretadas por Cauby é a sua predileta: "New York, New York, que faz parte de um disco gravado aqui no Recife, é uma coisa divina! Outra que gosto muito é Recife Antigo, gravada e cedida por ele ao Festival Nacional da Seresta. Mas New York, New York é minha preferida. Cauby a cantava melhor que Frank Sinatra", afirma.
Das muitas vezes em que encontrou o artista, Geraldo recorda de uma especial. "Ele tinha muito receio de falar de morte e eu sempre gostei de perguntar sobre o assunto aos cantores. Numa despedida de fim de ano brinquei desejando que vivêssemos muito, uns três anos, e ele respondeu: - ‘Não! Três é pouco, vamos viver mais uns 15!’", relembrou. "Ele também tinha aquela coisa de não querer revelar a idade, mas, com o tempo, foi deixando isso de lado".
Entre os costumes do artista, o cuidado com a voz foi o mais marcante. "Cauby era muito reservado e falava pouco para não prejudicar a voz. Conversava em tom baixo para não estragar aquela voz de trovão tão maravilhosa que ele tinha", concluiu.