TALENTO

Paula Cavalciuk lança Morte & Vida no Recife

Indicada como revelação no Prêmio APCA 2016, a cantora e compositora paulista começa hoje, no WoW Vegan Club, uma série de quatro shows em Pernambuco

NATHÁLIA PEREIRA
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NATHÁLIA PEREIRA
Publicado em 28/01/2017 às 7:00
Foto: Camila Fontenele/Divulgação
Indicada como revelação no Prêmio APCA 2016, a cantora e compositora paulista começa hoje, no WoW Vegan Club, uma série de quatro shows em Pernambuco - FOTO: Foto: Camila Fontenele/Divulgação
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Morte & Vida, primeiro álbum da paulista Paula Cavalciuk, começa com uma guarânia paraguaia. Depois, dá espaço para um carimbó paraense. A intérprete, contudo, cresceu no Vale do Ribeira, região de mata atlântica, ao sul do Estado de São Paulo. A mistura de ritmos que deu origem a compositora e intérprete que é resultou no “pop planetário” que ela apresenta, a partir de hoje, ao longo de quatro shows em Pernambuco.

Parte das onze músicas que a voz marcante de Paula entoa são remanescências do EP Mapeia (2015), despertador das primeiras atenções para trabalho. O encontro com os produtores Gustavo Ruiz (Efêmera, Tulipa Ruiz) e Bruno Buarque (Selvática, Karina Buhr) marcou a transição para o disco, lançado em julho passado. “Mapeia foi um apanhado do que eu já tinha, canto desde que nasci. Ele já tava quase pronto, aí tive um problema e precisei recomeçar. Conversando com o ítalo (Ribeiro, baterista e produtor do registro), cheguei até o Gustavo e o Bruno, que deram uns tapas no EP e começaram a produzir o Morte... do zero”, conta. 

Primeiro single do disco, Morte & Vida Uterina narra a transição dos corpos femininos da infância à vida adulta, versando sobre como mulheres, mesmo antes de se perceberem como tal, passam a ser objeto do desejo alheio. “Ela primeiro foi um desenho. Ganhei umas tintas, tava no período menstrual e desenhei bastante corpos nus e mulheres mestruando. A partir da figura, vi que o sangue, pra mulher, está muito ligado à vida e à morte. Fiquei bolada, peguei o violão e fiz a música. O ‘Uterina’ tem essa sonoridade semelhante ao ‘Severina’, do poema original, então, casou bem. Sou cheia dos trocadilhos, não vou mentir”.

A formação musical de Paula transita entre memórias de casa e o que de novo descobre no caminho. Da  mãe, cantora  de igreja, herdou o amor pela interpretação. Das viagens do pai, o gosto pelas guarânias, espécie de bolero oriundo do Paraguai com a qual musicou a faixa título do Morte & Vida. "Cresci na Mata Atlântica, no Vale, uma das regiões mais carentes de São Paulo. Observando o povo de lá ia entendendo como se abria voz, imitando coisas e descobrindo a minha própria voz. Ouvia da música caipira de raiz ao rock 'n' roll norte-americano, ia de Tonico & Tinoco a Elvis Presley", lembra.

TURNÊ

Indicada como artista revelação no Prêmio APCA 2016, ela, aos 31 anos, se diz aberta ao que a imersão pela turnê poderá trazer. “Não quero me limitar a um gênero, faço de tudo, e o Nordeste tem me influenciado. Não vou sair daqui dizendo que canto forró, mas estou sendo influenciada sim, só não sei a dimensão disso”.

Além do show de hoje, Paula passa também pelo Cafofo Bar, em Caruaru, no dia 2/2, voltando ao Recife para apresentação no Espaço Preto no Branco, dia 5/2. O último será no Burburinho Bar, no dia 7.

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