O número um mundial da música em streaming, Spotify, anunciou nesta terça-feira a assinatura de um novo acordo que dará acesso ao catálogo da Universal Music Group, o que melhorará a remuneração dos artistas e tornará a empresa rentável.
Desde a sua fundação 2008, a plataforma de música nunca conseguiu gerar luvro líquido, pois a maior parte de seu faturamento acaba nas mãos de proprietários dos direitos, como artistas, produtores e gravadoras.
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No entanto, Spotify e Universal (grupo Vivendi), que reivindica também seu posto de número 1 em seu mercado, não revelaram em seu comunicado os detalhes desse "acordo mundial para vários anos".
Para o usuário, a principal mudança será que os artistas da Universal poderão permitir que os assinantes da Spotify escutem um novo álbum antes de tirá-lo do mercado. Os "'singles' ficarão disponíveis no Spotify para todos" os usuários, explicou seu diretor-executivo, Daniel Ek, em comunicado.
Lucian Grainge, presidente do UMG, ressaltou a necessidade da indústria musical de fazer do Spotify uma empresa rentável.
"Atualmente, no campo da tecnologia, sabemos que o líder mundial tem uma força de choque. O Spotify, com sua posição em seu mercado, tem a capacidade de tratar com as gravadoras e os grandes operadores", comentou Jean-Emmanuel Vernay, de Invest Securities, à AFP.
"Se seu modelo econômico se tornar rentável, terão ainda mais potência em relação à sua concorrência. Temos poucos dados da Apple Music, Deezer e Napster, mas sabemos que as perspectivas de rentabilidade estão no Spotify", acrescentou.
O que os artistas ganham?
O outro ponto crucial é a parte que dos lucros que cabe aos artistas. Alguns deles, queixam-se de ganhas valores irrisórios graças às plataformas de música em streaming.
Spotify e Universal demonstram ambiguidade em relação ao tema. "Os dois grupos aprofundarão sua associação para garantir que a música por streaming alcance seu potencial transformador para os artistas, as gravadoras e os seguidores", escreveram, sem apresentar valores.
Mercado
O Spotify, presente em 60 mercados, superou os 50 milhões de assinantes no início de março.
A companhia está crescendo e consolidando sua posição como número um do mundo frente à concorrência, como as da Apple Music e do Deezer.
A empresa não se pronunciou sobre as negociações com outras duas gravadoras, Sony e Warner. Para Vernay, "certamente" serão fechados acordos com esses grupos.
Desse modo, a Spotify estará preparada para sua entrada na Bolsa, preparada há algum tempo. "Não surpreenderá se entrarem em maio ou junho. Não há razão alguma para que isso leve tempo agora", avaliou.