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Drag queen Pabllo Vittar, que faz show no Recife, é fenômeno nacional

Artista maranhense está entre as mais tocadas do Brasil e desfruta sucesso internacional

JC Online
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Publicado em 05/08/2017 às 16:48
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Artista maranhense está entre as mais tocadas do Brasil e desfruta sucesso internacional - FOTO: Reprodução
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Das três músicas mais tocadas no Spotify brasileiro, duas têm os vocais de Pabllo Vittar. A drag queen maranhense, que começou como um fenômeno circunscrito ao meio digital, hoje é uma das artistas mais promissoras do país, emplacando sucessos nas rádios e, no processo, ajudando a derrubar barreiras e desconstruir estereótipos. Em evidência internacional com o lançamento de Sua Cara, parceria com Anitta e os americanos do Major Lazer, ela se apresenta hoje na festa In The Dark, no Clube Internacional.

A ascensão de Phabullo Rodrigues da Silva, nome de batismo de Pabllo, começou em 2015, quando lançou Open Bar, versão do sucesso Lean On, do Major Lazer. A canção bombou na internet e chamou a atenção do produtor Diplo, responsável por sucessos de artistas como Madonna e Beyoncé. Utilizando o universo virtual como principal plataforma de divulgação, a drag queen passou a lançar canções com regularidade e clipes cada vez mais produzidos. A voz aguda, com grande extensão, também se tornou marca registrada e é inconfundível.

Em 2016, foi contratada como vocalista da banda do Amor & Sexo, da Globo e, no início do ano, lançou o álbum Vai Passar Mal, que mistura pop, samba, forró, tecnobrega, entre outros ritmos, e marcado por hits prontos para as pistas, a exemplo de Todo Dia, parceria com o rapper queer Rico Dalasam.

A faixa estourou no Carnaval e o lançamento seguinte, K.O. consolidou a artista como força no cenário nacional. A canção é, atualmente, a segunda mais executada no Spotify brasileiro e tem 87 milhões de visualizações no Youtube. A projeção internacional com o clipe de Sua Cara, só consolidou o excelente momento na carreira dela. Na próxima semana, lançará ainda Decote, parceria com Preta Gil.

Com a postura de quem entende a importância política de sua existência – seja como artista ou simplesmente como indivíduo LGBT – Pabllo faz de sua performance como artista uma celebração da vivência queer. Aos 22 anos, ele é hoje um performer que levanta bandeiras e incita debates (pronomes, aqui, serão fluídos, como Pabllo também afirma ser – já disse não se importar em ser chamado de “o” ou “a”, apesar de se entender enquanto homem gay que faz da arte drag sua forma de expressão).

Em entrevista à revista Trip, em fevereiro, pouco depois do lançamento de seu primeiro disco, Vai Passar Mal, Pabllo comentou sobre o preconceito que sofreu durante sua infância e adolescência, por conta de sua sexualidade e por sua postura não se enquadrar nos padrões heteronormativos. “Sofri muito porque as pessoas não entendiam o rolê (sic) do gay, de gênero, não era discutido na escola. Uma vez estava na fila da merenda na escola e o menino jogou um prato de sopa quente na minha cara (...) porque, na cabeça dele, eu tinha que agir como homem, falar com voz de homem, ser homem”, lembrou, com os olhos marejados. Em seguida, emendou: “Xô, sou feliz, sou drag, sou bonita, bebê”.

É importante ressaltar que Pabllo não está sozinha, com a ascensão de outros nomes de sua geração, como Johnny Hooker, Liniker e as drags Lia Clark, Aretuza Love e Glória Groove, a música pop brasileira se torna mais diversa e sem medo de ser pintosa.

NO ESCURO

A festa In The Dark, terá ainda show da banda Musa, com participação de Romero Ferro, e discotecagem de Gael, Bloon e Riana Uchôa.

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