O Rock in Rio perdeu nesta quinta-feira (14) sua principal atração. A diva americana Lady Gaga anunciou que não poderá abrir o festival nesta sexta-feira (15) porque está hospitalizada com "dores intensas" decorrentes de fibromialgia, uma notícia que comoveu seus fãs.
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"Brasil, estou arrasada por não me sentir bem o suficiente para ir ao Rock in Rio. Eu faria tudo para ir, mas tenho que cuidar do meu corpo nesse momento", lamentou a artista no Twitter.
"Prometo que voltarei e me apresentarei para vocês em breve", acrescentou Gaga, que na terça-feira revelou sofrer de fibromialgia, doença que causa dores musculares crônicas, comovendo milhares de fãs.
Gaga, de 31 anos, já tinha anunciado na semana passada que faria uma pausa por tempo indeterminado após o fim de sua turnê mundial, Joanne, em dezembro.
"Fui ao hospital. Não é uma simples dor no quadril ou um cansaço normal da estrada. Estou com dores intensas, mas em boas mãos", acrescentou a artista, que compartilhou fotografias onde aparece deitada em uma cama de hospital.
A diva também mostrou uma tatuagem no pescoço com a palavra "Rio", feita por meninos de comunidades carentes, e lembrou que a cidade tem um "lugar especial" em seu coração e que voltará "logo".
A organização do maior festival do mundo se desculpou pelos inconvenientes do cancelamento de última hora e anunciou que em seu lugar vai escalar a banda Maroon 5, que manterá também seu show de sábado.
A notícia caiu como um balde d'água fria para as dezenas de fãs vindos de todas as partes do Brasil que aguardavam a estrela às portas do Hotel Fasano, em Ipanema, onde ela se hospedaria.
Rock no Parque Olímpico
Dois anos depois de sua última edição no Brasil, o Rock in Rio estreará um novo espaço, o Parque Olímpico -a 40 km do centro da cidade- que está praticamente abandonado desde o fim dos Jogos de 2016.
A sétima edição brasileira acontecerá durante uma semana - esta sexta-feira, sábado e domingo, e na semana que vem de quinta (21) a domingo (24) e terá mais de 150 apresentações, como as dos lendários The Who, Guns N'Roses e Aerosmith.
O line-up,como sempre cheio de grandes nomes cada vez mais ecléticos, pretende oferecer uma pausa da crise econômica e de violência que afeta o Rio de Janeiro pós-olímpico.
As 700.000 entradas do megaevento estão esgotadas há meses, e a associação de hotéis da cidade espera uma ocupação de 90%.
"É duro ver uma cidade capaz de fazer Olimpíada, Carnaval e Rock in Rio e que as pessoas estejam tristes, acanhadas, sofrendo. Podemos e vamos dar a volta por cima", disse a vice-presidente do festival, Roberta Medina.
Encontros inesperados
Distribuídos principalmente em quatro palcos, passarão pelo Rock in Rio atrações principais como Bon Jovi, Pet Shop Boys e Red Hot Chili Peppers, mas também a rainha do R&B Alicia Keys, a ex-Black Eyed Peas Fergie e a diva baiana Ivete Sangalo, de 45 anos, que anunciou esta semana que está grávida de gêmeos.
Também estarão presentes o pop de Justin Timberlake e o punk de The Offspring, com espaço inclusive para grupos mais alternativos como Incubus, The Kills ou os colombianos do Bomba Estéreo.
Para os amantes da música brasileira, o Rock in Rio propõe encontros inesperados de artistas nos palcos, como o da diva octogenária Elza Soares com o rapper Rael, a delicada Céu com o grupo de rock psicodélico Boogarins ou o transgressor Ney Matogrosso, que esteve na edição inaugural do festival, em 1985, reunido com os músicos do Nação Zumbi, expoentes do 'manguebeat'.
A música eletrônica também dará as caras com a apresentação de DJs internacionais como The Black Madonna e Maye Jane Coles e o brasileiro Vintage Culture.
Não apenas música
Mas o Rock in Rio é mais do que música, como mostra a aposta de inauguração reivindicativa do primeiro dia que, paradoxalmente, não ficará a cargo de um músico.
A modelo Gisele Bundchen, aguerrida defensora ambientalista, desfilará pelo palco principal com uma bandeira do projeto 'Amazônia Live', em meio a polêmica gerada no país pelo decreto presidencial para abrir a reserva Renca, situada no 'pulmão do planeta', à mineração privada.
Na maior 'Cidade do Rock' dos seus 32 anos de história, o festival contará com um parque de diversões, uma 'Rock Street' dedicada à África, um inédito espetáculo de luzes feito com drones e até mesmo sete casamentos.
O Rock in Rio nasceu em 1985, em um momento em que o Brasil saía da ditadura militar (1964-1985), e foi se reinventando desde então. Sua última edição no Rio foi em 2015, e ao longo dos anos o festival foi realizado também em Lisboa, Madri e Las Vegas.