Na ausência dos editais oficiais públicos, o Natura Musical, emcampado pela empresa de cosméticos, tem se tornado um dos principais programas de incentivo à música independente no Brasil. Recém divulgado, o Natura Musical divulgou a lista de 33 projetos contemplados para patrocínio em 2018. Embora nenhum artista pernambucano tenha sido selecionado, dois importantes festivais locais estão entre os eventos patrocinados: o Coquetel Molotov e o Porto Musical.
Os projetos foram escolhidos a partir 1.618 inscritos e indicados por uma rede de curadores formada por 18 pessoas do meio musical, entre artistas, produtores, jornalistas e representantes de festivais. Uma das novidades foi justamente a inclusão de uma categoria dedicada aos festivais independentes, plataformas essenciais para a circulação da música independente. Ao todo, serão disponibilizados R$ 5,6 milhões para patrocínio de álbuns, shows, além dos eventos.
OS SELECIONADOS:
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Ava Rocha (RJ)
Cantora, compositora e cineasta, a artista carioca aproximou-se da música pelo teatro. Desde então já lançou dois trabalhos, Diurno, em 2011, e Ava Patrya Yndia Yracema, em 2015. Para 2018, Ava produzirá seu terceiro disco, TRANÇA, com produção de Eduardo Manso e Negro Leo. O projeto terá lançamento em três cidades.
Carne Doce (GO)
Criada pelo casal Salma Jô e Macloys, a banda que se sobressai em meio à nova geração do indie rock brasileiro parte para a gravação de seu terceiro álbum. O sucessor de Princesa, lançado em 2016 e que circulou em várias casas e festivais do Brasil, promete aprimorar a originalidade dos anteriores, com instrumental inovador de música brasileira contemporânea, rock, mpb e pop, além do lançamento em quatro cidades.
Jards Macalé (RJ)
Jards Anet da Silva, ou Jards Macalé, é o “cara” para grande parte dos jovens fãs de música brasileira. Dando continuidade a sua trajetória inquieta e transgressora de tanta contribuição à história da música, retorna ao estúdio para gravar seu próximo disco com produção musical de Kiko Dinucci e Thomas Harres e direção artistica de Rômulo Fróes. Será um disco com repertório inédito - o primeiro em muitos anos, composto por Jards em parceria com alguns dos mais importantes compositores da nova geração.
Liniker e os Caramelows (SP)
A banda é resultado do encontro da compositora Liniker com músicos que conheceu em 2015, em Araraquara, interior de São Paulo. A química entre eles já deu fruto no álbum Remonta, com participações de Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, Tássia Reis e circulação em festivais nacionais e internacionais. Para o novo disco, a banda trará letras e arranjos lapidados ao longo dos últimos dois anos. Além disso, o projeto terá lançamento em duas cidades.
The Baggios (SE)
Criada em 2004 na cidade de São Cristóvão, Sergipe, por Julio Andrade na guitarra e vocais, e Gabriel Perninha na bateria, a banda The Baggios é uma das mais inventivas da atualidade. Com o álbum mais recente, Brutown, passaram em mais de 50 cidades do país. O plano agora é lançar o quarto álbum, com a proposta de uma evolução dos temas e sonoridades abordadas nos discos anteriores e cumprindo o desejo da banda de ter elementos novos a cada disco.
Viola Perfumosa (RJ)
Formado pela cantora Ceumar, o cantor e violoncelista Lui Coimbra e o violeiro e contador de causos Paulo Freire, o projeto resgata e recicla a genialidade e a sofisticação das melodias e da poesia da música que se convencionou chamar “caipira”, compondo um mosaico comovente e alegre do Brasil “de dentro”, “dos interiores”, em uma obra poético-musical.Viola Perfumosa gravará seu primeiro disco e fará dois shows revelando de maneira original a força da presença feminina na música sertaneja, homenageando Inezita Barroso.
Francisco, El Hombre (SP/MEX)
Foi em uma viagem pela América Latina que nasceu o grupo “Francisco, El Hombre”, hoje formado por dois irmãos mexicanos, Sebastián Piracés-Ugarte (vocal, percussão e violão) e Mateo Piracés-Ugarte (vocal e violão), a vocalista e percussionista Juliana Strassacapa, o guitarrista Andrei Martinez Kozyreff e o baixista Rafael Gomes.. O som naturalmente aposta na fusão rítmica latina. Do maracatu à cúmbia, passando pelo samba, a ciranda e até o ska. Em seu novo álbum, o grupo vai seguir com seu caldeirão de referências e parcerias com outros artistas, como fez no recente SOLTASBRUXA, do qual participaram Liniker, Salma Jô e Apanhador Só.
Drik Barbosa (SP)
Drik é uma das vozes femininas mais promissoras da nova música urbana brasileira. Iniciou sua carreira com rimas de improviso na Batalha da Santa Cruz e hoje coleciona hits e participações especiais na cena hip hop. Como integrante do projeto "Rimas & Melodias", que reúne sete mulheres - DJ, cantoras e MCs, lançou recentemente álbum homônimo. Seus versos pesados e precisos a tornaram uma referência para mulheres brasileiras da periferia. O novo projeto pretende viabilizar a produção e realização do primeiro disco de Drik Barbosa e deve contar com participações especiais como Karol Conka, Negra Li, Mahmundi e Anna Tréa.
Quartabê (SP)
Joana Queiroz (sax tenor, clarinete e clarone), Maria Beraldo Bastos (clarinete e clarone), Mariá Portugal (bateria) e Chicão (teclas) vêm ganhando elogios da crítica e do público com shows no Brasil e no exterior. Sua identidade foi construída em cima da metáfora da sala de aula: o grupo se vê como uma turma da escola. A banda estudou e gravou, em 2015, dois discos sobre a obra de Moacir Santos, o “Lição #1: Moacir” e o “ Depê”. Com esse projeto, pretendem fazer a “ Lição #2: Dorival“, explorando a obra de Caymmi de maneira expandida, com arranjos instrumentais, contemplando música e semântica.
JosyAra (BA)
Destaque da atual cena baiana, a cantora, compositora, instrumentista e arranjadora musical agrega à sua musicalidade elementos da raiz nordestina em uma leitura contemporânea. Seu novo álbum, sucessor de Uni Versos (2012), será composto por faixas autorais, transitando entre ritmos brasileiros de diversas regiões, principalmente do sertão, e sonoridades universais. A nova proposta reúne samples e eletrônicos à sonoridade orgânica, , com acento no uso do violão.
Larissa Luz (BA)
Nascida em Salvador, a cantora e compositora já gravou dois discos desde que deixou a banda Ara Ketu, sendo o mais recente, Território Conquistado, que fazhomenagem a várias personalidades negras, com a participação de Elza Soares, e foi indicado a Melhor Álbum de Pop Contemporâneo em Língua Portuguesa no Grammy Latino 2016.Seu terceiro trabalho aborda a palavra “grave” sob diferentes aspectos, tanto sob o prisma estético/sonoro como ideológico/semântico.
Black na Laje (MG)
O projeto Black na Laje foi idealizado pela banda Black Machine (BM), formada em 2008 por veteranos da cena da música belo-horizontina. Na época quase não havia bandas de soul e funk em BH e no início deste ano, a banda criou o Black na Laje, agora com trabalho autoral. O projeto propõe uma ação itinerante da banda com artistas locais, valorizando e difundindo o trabalho de artistas da região metropolitana de BH, fazendo um intercâmbio cultural entre comunidades como o Morro das Pedras, Taquaril e Ventosa. Para o novo projeto, a banda convidará um grupo para participação em cada show, que além de se apresentar, gravará uma faixa com a Black Machine.
Iconili (MG)
Criado em 2006, é uma pequena orquestra com 11 músicos, entre naipes de metais, percussão, guitarras, baixo e órgão, misturando afrobeat, samba, funk, carimbó, jazz, rock e outras influências. O resultado é uma fusão musical contemporânea, de sonoridade sofisticada e dançante, mas sem hermetismos. Com três discos lançados e com 10 anos de carreira, Iconili prepara o lançamento do seu novo álbum, com shows de lançamento em duas cidades.
Julia Branco (MG)
Atriz, cantora e compositora, Julia Branco é também integrante e fundadora da banda Todos os Caetanos do Mundo, que lançou em 2015 o disco “Pega a melodia e engole” com produção de Chico Neves e participação de Arnaldo Antunes. Aos 31 anos, prepara-se para assumir-se como compositora em carreira-solo, agora com foco em canções sobre o universo feminino e feminista, a liberdade e o poder. A artista está em fase de produção do seu primeiro vídeo-álbum, que contará com cinco faixas inéditas.
Luedji Luna (BA)
A jovem cantora e compositora baiana segue fazendo apresentações do repertório de seu primeiro álbum, Um Corpo no Mundo, que apresenta influências do jazz, da mpb e da música de terreiro.O trabalho é uma proposta para se pensar a identidade, com um olhar sobre si mesma a partir do contato com os imigrantes africanos na capital paulista. Demarcando o lugar da mulher na composição e sobretudo o lugar de fala da mulher negra, Luedji deseja agora levar seu trabalho para circulação em mais quatro capitais.
Manoel Cordeiro (PA)
Foram mais de quatro mil músicas produzidas ao lado de artistas como Beto Barbosa, Roberta Miranda, Alypio Martins e Fafá de Belém. Além de integrar a banda de Felipe Cordeiro, o mestre divulga o seu projeto instrumental “Sonora Amazônia”, o primeiro solo da carreira. O novo projeto, intitulado “Manoel Cordeiro e Sonora Amazônia Vol.2”, pretende dar continuidade ao seu projeto e a sonoridade que vêm das raízes amazônicas. Além do disco, estão previstos shows de lançamento em duas cidades.
Molho Negro (PA)
Com dois discos e circulação em festivais, o trio paraense formado por João Lemos, Raony Pinheiro e Augusto Oliveira traz um rock com batidas dançantes. Sempre com uma estrutura enxuta, os integrantes da banda assumem diversas funções como produtores, roadies e técnicos. O projeto prevê uma turnê da banda passando por várias regiões com apresentações em casas de shows, festivais e ações de guerrilha em locais que possuem menor acesso à cultura. Um videomaker acompanhará tudo, transmitindo os shows ao vivo, postagens diárias e lançamento de um documentário digital.
Bruno B.O. (PA)
O compositor, MC e pesquisador da cultura hip hop, Bruno B.O. possui 20 anos de carreira, aliando rap, reggae e rock, tendo uma visão espiritualista e ativista sobre o mundo. O novo trabalho traráa gravação de seu primeiro DVD,composto por músicas inéditas e do EP Floresta de Concreto, além de músicas resultantes de sua imersão no rap periférico do Pará.
Catavento (RS)
Nascido há cinco anos, em Caxias do Sul, o sexteto cria uma espécie de fusão da psicodelia melódica com distorções vindas do garage e do noise rock. Com dois álbuns e apresentações em festivais brasileiros, a banda recebeu ótimas críticas e vem firmando seu nome na cena independente brasileira contemporânea como um dos expoentes da onda que colocou a psicodelia novamente em evidência na produção nacional. Seu terceiro álbum, propõe uma conexão maior com o público, por meio do groove, guitarras mais limpas, percussões, sopros e samples. O projeto prevê a produção, gravação e circulação do terceiro álbum de estúdio via selo/produtora Honey Bomb, co-fundado e gerido por membros da banda.
Musa Híbrida (RS)
Musa Híbrida é um trio de Pelotas, RS, formado pelos multi-instrumentistas Camila Cuqui, Alércio Pereira e Vini Albernaz. O grupo possui um som orgânico e eletrônico, utilizando elementos de beat e synth, baixo, guitarra e vocais. “Piscinas Vazias Iluminadas em Pé” (PVIP), título provisório, é o terceiro álbum de estúdio da banda, que em 2016 lançou o EP “Respirei o Poema Cuspi”. Além da gravação do disco, o projeto inclui shows de lançamento e oficinas.
Yangos (RS)
Yangos é uma banda instrumental com origem na Serra Gaúcha. Formada pelos músicos César Casara, Cristiano Klein, Rafael Scopel e Tomás Savaris, une ritmos tradicionais do sul do Brasil com pitadas jazzísticas, resultando em milongas, chamamés, zambas e chacareiras cheias de ousadia. Com uma trajetória de dez anos, três álbuns gravados, um DVD e disputa o Grammy Latino deste ano na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileiras, seu quarto disco pretende dar uma nova roupagem harmônica e melódica para a música instrumental em uma interpretação ao estilo “power folclore”, cheia de energia e virtuosidade.
FESTIVAIS
Bananada (GO)
Surgido em 1999, o Bananada fomenta e incentiva a produção da música independente há 18 edições, destacando as novas tendências que surgem localmente e trazendo à capital goiana novos artistas nacionais e internacionais. O festival dura uma semana se transformando em um centro de intervenções artísticas, com exposições, campeonatos de skate, área destinada às crianças, shows e apresentações de DJ’s e já recebeu artistas como Boogarins (GO), Banda Uó (GO) e BaianaSystem (BA).
Coala (SP)
Coala é um festival dedicado à nova música popular brasileira. Em suas três edições, recebeu Tom Zé, Criolo, Baiana System, Karol Conká, Silva e Céu, entre outras bandas que hoje representam a diversidade da música brasileira. Além dos shows, o Coala recebe fotógrafos, grafiteiros, artistas plásticos, micro-empreendedores e influenciadores. A edição 2017 aconteceu no Memorial da América Latina e teve Caetano Veloso, Emicida, Rincón Sapiência e Liniker e os Caramelows.
Contato (SP)
Colaboração e cocriação são as palavras chave para descrever o festival Contato, evento realizado em São Carlos-SP anualmente. Produzido horizontalmente por uma grande rede de produtores culturais e coletivos, estudantes, artistas, pesquisadores e prestadores de serviços, o festival chegou à sua 11ª edição em 2016. O evento é composto por mais de 50 apresentações gratuitas de música, cinema e instalações de arte eletrônica, atividades de formação e aperfeiçoamento de profissionais e debates.
Coquetel Molotov (PE)
Pela primeira vez em 13 anos, o festival recifense No Ar Coquetel Molotov saiu da Coudelaria Souza Leão e aportou no Caxangá Golf & Country Clube. Foram mais de 10 horas de evento, com programação de shows divididos em quatro palcos, além de oficinas e feira cultural.
DoSol (RN)
O DoSol já virou referência na promoção da música autoral e de vanguarda no Brasil, proporcionando um grande intercâmbio cultural entre artistas de várias regiões e países, além de formar uma plateia consistente e consumidora dessa música. Em 2017, foram mais de 80 shows de artistas locais, nacionais e internacionais, como Far From Alaska, Francisco El Hombre, Liniker e os Caramelows e Rubel.
Faro MPB (RJ)
A rádio carioca de música brasileira MPB FM realizou em 2014, pelo quinto ano consecutivo, o Festival Faro MPB. O festival é uma extensão do programa semanal Faro MPB, atualmente apresentado na rádio Sul América Paradiso pela jornalista Fabiane Pereira, que abre espaço para a nova safra de músicos contemporâneos, como Lucas Santtana, Tiago Iorc e Marcelo Jeneci. Para a edição de 2018, o festival ocorrerá no Circo Voador, comemorando os dez anos do programa no dial além da realização da sexta edição do festival.
Música de Rua (RS)
A programação do Festival conta com mais de 150 atividades musicais, entre concertos gratuitos, oficinas, debates e exibições de cinema. A diversidade é uma das características do Festival Brasileiro de Música de Rua que representa o encontro da música popular com a música erudita, da música eletrônica com a música de raiz, do rap com a música gaúcha, da música do Pará com a música contemporânea da América Latina que fala espanhol. Em 2017, o Festival chega ao seu sexto ano levando uma programação gratuita para Caxias do Sul e cidades da Serra Gaúcha.
Radioca (BA)
Assim como o programa de rádio, o Festival Radioca encurta a distância entre público e artista, firmando-se como uma boa vitrine do melhor que tem passado nos palcos das diversas regiões do País. Em suas duas primeiras edições, shows, food trucks, Feira do Vinil, e outras atrações fizeram o Radioca ser mais do que um festival de música, mas um evento que abraça novas tendências e culturas e une artistas de diferentes vertentes. A última edição, em outubro, contou com Metá Metá, Curumin, Far From Alaska, Pio Lobato, Lucas Estrela e Rincón Sapiência.
Se Rasgum (PA)
Com seletivas antes do festival para disputa de vagas no line-up e festas realizadas desde 2003, o festival Se Rasgum já teve 10 edições, estabelecendo-se como o maior da região Norte e considerado um dos cinco melhores festivais de música do País. O festival tem entre seus maiores objetivos levar a produção musical emergente para todo o Brasil, alimentando uma cadeia produtiva cultural no Estado que envolve profissionais e artistas. Em 2017, sua 12º edição recebeu atrações como Emicida, BaianaSystem, Ava Rocha e Francisco El Hombre.
Timbre (MG)
A agência Timbre Cultural, além de promover o Festival Timbre, realiza outros eventos culturais e tem como especialidade o agenciamento de carreiras de bandas e músicos interessados em promover a divulgação e circulação de seus trabalhos na cena musical brasileira. Após reunir mais de 20 mil pessoas, mais de 50 horas de música em mais de 50 artistas de todo território nacional em Uberlândia-MG, o Timbre mantém seu objetivo de amplificar a cultura independente.
SEMANAS DE MÚSICA
Porto Musical (PE)
O Porto Musical é um evento voltado para os profissionais da música no Brasil. Com seminários, speed-meetings, mesas-redondas e shows, reúne artistas, gestores públicos e privados, representantes de selos, gravadoras e instituições culturais em geral, além de pessoas interessadas nas novas tendências do mercado musical. Ao longo das seis edições anteriores, mais de 4 mil profissionais já participaram das conferências e encontros do Porto Musical e mais de 50 mil pessoas assistiram a seus shows.
SIM (SP)
A SIM – Semana Internacional de Música de São Paulo é uma das mais importantes feiras de negócios da música da América Latina, evento de mobilização e articulação da cadeia da música. Durante cinco dias, a capital paulista vira ponto de encontro para profissionais de todos os setores da indústria musical, do Brasil e de vários países. Os temas abordados têm o novo mercado da música como foco e colocam em evidência ideias e conceitos que estão transformando o cenário mundial, além de capacitar e conectar pessoas.