Ex-ministro

Roberto Freire avalia sua gestão no MinC e diz que quer 'transição'

Pernambucano deixou o cargo em meio à denúncias contra Michel Temer

JC Online
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Publicado em 20/05/2017 às 9:00
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Pernambucano deixou o cargo em meio à denúncias contra Michel Temer - FOTO: Reprodução
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Cerca de seis meses após assumir o Ministério da Cultura, o deputado pernambucano Roberto Freire (PPS-SP), um dos mais enfáticos apoiadores do impeachment da presidente eleita Dilma Rousseff, deixou o governo de Michel Temer na última quinta-feira, em meio às acusações de corrupção e obstrução de justiça envolvendo o atual presidente. Em entrevista ao Jornal do Commercio, o parlamentar afirmou que seu período à frente da pasta teve como principais características a “organização e integração”.

Ocupando o espaço deixado por Marcelo Calero – que também abandonou o governo Temer por denúncias de corrupção envolvendo homens-fortes do chefe do executivo nacional –, Roberto Freire sofreu fortes críticas de setores da classe artística. Muitos viram sua nomeação como uma forma do governo lotear os ministérios àqueles que apoiaram a queda de Dilma.

Desde o primeiro momento, Freire disse que uma de suas principais missões era rever a Lei Rouanet. Na sua opinião, sua curta gestão conseguiu avançar em pontos importantes, como o mecanismo de prestação de contas em tempo real, que deve ser lançado em breve.

“Acredito que retiramos muito da demonização da Lei Rouanet, sem nenhum revanchismo. A primeira delas, talvez a mais importante, é que a prestação de contas vai ser em tempo real, que não existia e criou uma série de problemas. Atualmente há mais de 18 mil processos de prestação de contas que não foram analisados”, pontua.

O ex-ministro também agiu para descentralização os recursos da Lei Rouanet. De acordo com ele, estava sendo elaborado um mecanismo que limitava o número de projetos por proponentes, abrindo mais espaço para investimentos nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

O parlamentar acredita que seu sucessor dará continuidade às medidas adotadas por ele. Entre seus feitos, elenca a retomada do projetos Pixinguinha, de promoção de shows de música popular brasileira a baixo custo, e Mambembão, voltado para as artes cênicas.

“Deixamos o ministério organizado e aumentamos a autoestima de quem trabalha lá. Fortalecemos as auditorias e buscamos integrar as ações”, reforça.

Em Pernambuco, anunciou a revitalização do Parque Nacional dos Guararapes, em Jaboatão, e se disse empenhado com a reabertura do Teatro do Parque. Freire afirmou que deixou encaminhadas criações de editais nas áreas de cinema, cultura popular e cultura da paz e propôs a reformulação da Comissão do Oscar.

POSICIONAMENTO

Segundo o parlamentar, a intenção era que o PPS saísse totalmente do governo e, caso haja a queda de Temer, apoiar eleições indiretas no Congresso Nacional.

“O PPS afastou-se do governo, mas não nos confundam com as forças derrotadas pelo impeachment. O partido continua apoiando a transição e as reformas”, deixa claro.

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