Oleg Sentsov, o cineasta ucraniano preso na Rússia que encerrou esta semana uma greve de fome de 145 dias, pode morrer em razão do longo período de privação, declarou nesta terça-feira (16) uma prima em coletiva de imprensa, em Kiev.
A administração penitenciária da região russa onde Oleg Sentsov está preso disse nesta terça em um comunicado que seu estado de saúde "não se deteriorou".
"Abandonar uma greve de fome é um processo muito complicado. Ninguém pode dizer neste momento que Oleg ficará bem. A situação é muito, muito grave", considerou Natalia Kaplan.
A saúde de Sentsov, de 42 anos, foi "severamente afetada" por sua greve de fome, enfatizou Kaplan. "Quase todos os seus órgãos foram severamente afetados", acrescentou, citando problemas no fígado, no coração e no cérebro.
Esperando o pior
"Suas últimas cartas são muito pessimistas" e ele "escreveu um testamento para pedir que seus filhos não fossem abandonados".
Oleg Sentsov, natural da península ucraniana da Crimeia anexada pela Rússia em 2014, está preso em Labytnangi, além do Círculo Polar Ártico.
Detido em sua casa em maio de 2014, este pai de dois filhos foi condenado em agosto de 2015 a 20 anos de prisão por "terrorismo" e "tráfico de armas" após um julgamento denunciado como "stalinista" pela Anistia Internacional.
Ele iniciou a greve de fome para exigir a libertação de todos os "prisioneiros políticos" ucranianos detidos na Rússia, antes de encerrá-la para evitar ser alimentado à força.
Os países do G7, assim como muitas personalidades do mundo cultural, pediram a libertação de Oleg Sentsov.