A quantidade cada vez maior de resíduos espaciais que orbitam a Terra poderia provocar colisões catastróficas com satélites, gerando impactos econômicos, advertiram pesquisadores nesta quarta-feira (31) com motivo de uma reunião para coordenar os esforços para remover os restos.
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Há cerca de 170 milhões de peças do chamado "lixo espacial" - deixado para trás após missões e que podem ser tão grandes como estágios de foguetes ou tão pequenos quanto flocos de tinta - em órbita ao lado de US$ 700 bilhões em infraestrutura espacial. Mas apenas 22.000 desses pedaços são rastreados e, com a capacidade dos fragmentos de se deslocar a velocidades superiores a 27.000 km/h, até mesmo as peças menores poderiam danificar seriamente ou destruir satélites.
"O problema do lixo espacial vem piorando a cada ano", disse à AFP Ben Greene, chefe do Centro de Pesquisa Espacial da Austrália, que organiza a conferência de dois dias em Camberra. "Perdemos três ou quatro satélites por ano por colisões com restos espaciais. Estamos muito perto, segundo estimativas da Nasa, de perder tudo dentro de cinco a dez anos", acrescentou.
Greene acrescentou em um comunicado que "uma avalanche catastrófica de colisões que poderia destruir rapidamente todos os satélites em órbita é agora possível", observando que mais colisões criam mais detritos.
Economia
Mais resíduos espaciais ameaçam a economia dada a dependência cada vez maior dos satélites de comunicação ou geoposicionamento, utilizados por indústrias importantes como a de transportes, finanças ou energia. "A economia australiana é totalmente dependente do espaço", disse Greene.
Os avanços tecnológicos tornaram possível que empresas privadas se lançassem à conquista espacial, enviando seus próprios objetos, destacou o especialista Moriba Jah, da Universidade do Texas, que participa da conferência.
"Acredito que estamos no caminho para o que eu chamo de tragédia dos comuns", disse ele à Australian Broadcasting Corporation, acrescentando que uma grande colisão era "inevitável" sem uma ação para resolver o problema.
Greene disse que os cientistas desenvolveram tecnologias que estariam operativas em 18 meses para rastrear todos os restos, de modo que as naves espaciais possam evitá-los.
Outra ideia em que se está trabalhando é o uso de lasers potentes a partir da Terra para "empurrar um pouco mais longe" os restos, um programa que foi 75% desenvolvido, acrescentou.