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BCE mantém taxa de juros e não pretende baixá-la

O Banco Central Europeu manteve sua taxa de juros em seu mínimo histórico há mais de um ano, e garantiu que não contempla baixá-las mais

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Publicado em 08/06/2017 às 14:39
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O Banco Central Europeu manteve sua taxa de juros em seu mínimo histórico há mais de um ano, e garantiu que não contempla baixá-las mais - FOTO: Foto: Paulo Pinto / Fotos Públicas
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O Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira (8) sua taxa de juros em seu mínimo histórico há mais de um ano, e garantiu que não contempla baixá-las mais. A instituição se disse otimista sobre a evolução econômica da zona do euro.

Segundo os analistas, o fato de o BCE não pensar em baixá-las no médio prazo é uma pequena mudança no discurso da instituição, que indica mais confiança na economia da zona do euro e que pode ser um ponto de partida de um futuro abandono de sua atual política monetária acomodatícia.

"Esperamos que [os juros] se mantenham nos níveis atuais por um período prolongado no tempo", disse o presidente do BCE, Mario Draghi, em uma coletiva de imprensa após a reunião do conselho de governadores, o órgão executivo que excepcionalmente se reuniu em Tallin (Estônia).

A instituição mantém assim sua principal taxa de juros em 0%, a taxa aplicada à facilidade de empréstimo em 0,25% e a de depósito em -0,40%.

No momento, não se pensa em elevá-las até "muito depois" do término de seu programa de compra de dívida pública e privada (o chamado QE, 'Quantitative easing'), que deve durar até 2018.

Este programa manterá seu ritmo de compra mensal em 60 bilhões de euros.

A compra da dívida e os juros baixos começaram como uma medida do BCE para lutar contra a deflação, o que afeta negativamente a atividade econômica, um risco que agora parece afastar-se.

Pressões 

O BCE também melhorou suas previsões de crescimento para a zona do euro (+1,9% de aumento do PIB em 2017, frente a 1,8% em sua previsão anterior) mas revisou em baixa as de inflação (+1,5% em 2017).

Nos últimos meses a inflação tem sido muito volátil, "quase totalmente pelo preço do petróleo e da comida (...) nada mudou em termos substanciais", disse Draghi, cujo objetivo é manter a inflação em um nível próximo mas não superior a 2%.

"Todos esses fatores acabarão desaparecendo, a qualidade do emprego melhorará, a produtividade também. Temos mais confiança de que o rumo da inflação convergirá para nosso objetivo de maneira mais duradoura", acrescentou.

Quanto ao crescimento, disse que "os riscos para o horizonte de crescimento estão agora claramente equilibrados".

"Temos que ser perseverantes, precisamos acompanhar a recuperação com nossa política monetária", insistiu.

Segundo Carsten Brzeski, economista do ING Diba bank, "está claro que o BCE está tentando ser o mais prudente possível para sair progressivamente de suas medidas monetárias não convencionais".

O BCE quer sobretudo evitar agitação nos mercados e teme que o fim de seu programa de compra de dívida faça subir a taxa de juros e prejudique os Estados mais endividados da zona do euro, como a Itália.

Ao mesmo tempo a instituição está sob a pressão de alguns de seus membros para pôr fim ao QE, o que acha que se justifica por não haver risco de deflação.

A instituição com sede em Frankfurt também está sob pressão política de países fiscalmente conservadores, como Alemanha, que temem as consequências para seus poupadores dos juros baixos e de uma inflação em alta.

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