AUXÍLIO

Credores desbloqueiam 8,5 bilhões de euros de ajuda à Grécia

A Grécia necessitava com urgência de novos fundos para enfrentar a devolução de 7 bilhões de euros a seus credores em julho

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Publicado em 15/06/2017 às 19:32
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A Grécia necessitava com urgência de novos fundos para enfrentar a devolução de 7 bilhões de euros a seus credores em julho - FOTO: Foto: Pixabay
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Após meses de desencontros, a Grécia irá dispor de novos fundos de seus credores, através de um acordo fechado na noite desta quinta-feira (15), que afasta uma nova crise na zona do euro e consegue somar a bordo um até então reticente Fundo Monetário Internacional (FMI).

"Com prazer, anuncio que fechamos um acordo sobre todos os elementos", indicou o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, que antecipou um acordo para desbloquear € 8,5 bilhões (cerca de US$ 9 bilhões), após uma reunião em Luxemburgo, da qual participou a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde.

A Grécia necessitava com urgência de novos fundos para enfrentar a devolução de 7 bilhões de euros a seus credores em julho, mas se negava a aceitá-los sem concretizações sobre o alívio de sua dívida.

Resolver a equação não era fácil. Os europeus queriam a participação econômica do FMI no atual plano de resgate de 86 bilhões de euros antes de desbloquear uma nova parcela.

Mas esta instituição também queria, antes, concretizações sobre os compromissos dos europeus com a redução da "insustentável" dívida grega, que alcança 179% do PIB, um pedido que se chocava com o principal credor, Alemanha.

Berlim, que enfrenta uma eleição legislativa em setembro, mostrava-se reticente a detalhar eventuais medidas de alívio para a Grécia, impopulares na Alemanha, mas queria a participação do FMI no plano atual, vigente até 2018.

O alívio da dívida "será levado a cabo ao fim do programa, condicionado à sua implementação bem-sucedida" em 2018, explicou o presidente do Eurogrupo.

Uma das chaves do compromisso alcançado veio da mão do ministro das Finanças francês, Bruno Le Maire, que propôs um mecanismo que permite "adaptar o ritmo do pagamento [da dívida] da Grécia" ao seu crescimento econômico.

Segunda melhor solução

Estas "precisões", como havia anunciado Dijsselbloem antes do encontro, parecem ter convencido tanto Atenas, que havia ameaçado vetar o acordo, quanto Lagarde, que irá propor ao FMI contribuir com o plano atual, com condições.

O desembolso dos 2 bilhões de dólares anunciado pela diretora-gerente acontecerá apenas quando os europeus tiverem acertado formalmente um alívio da dívida. "Ninguém diz que é a melhor solução. É a segunda melhor", assinalou Lagarde em entrevista coletiva.

Para a diretora-gerente do FMI, o acordo alcançado "reconhece o esforço grego" e os "importantes progressos" de seus credores, embora estes últimos sejam, em sua avaliação, "insuficientes" para "garantir a sustentabilidade da dívida".

"Esta é agora a luz no fim do túnel", disse o ministro grego das Finanças, Euclides Tsakalotos, para cujo país o desbloqueio representava uma nova etapa rumo ao retorno da Grécia aos mercados.

Após anos de crise, a economia grega, cuja taxa de desemprego atingiu em fevereiro 23,2%, segundo o escritório europeu de estatísticas, poderia crescer em 2017 2,1%, segundo previsões de maio da Comissão Europeia, que reduziu em 0,6% sua projeção anterior.

"Conseguimos fechar um acordo global que permitirá à Grécia virar a página de um período difícil", comemorou em entrevista coletiva o comissário europeu de Assuntos Financeiros, Pierre Moscovici.

Para Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, a reta final do programa servirá para preparar "uma estratégia de saída" que permita à Grécia caminhar com as próprias pernas ao longo do próximo ano.

Com a decisão, os europeus evitam a repetição da situação vivida em julho de 2015, quando foi aprovado o terceiro plano de ajuda, que levou a zona do euro à beira do abismo e a Grécia à beira da saída da eurozona.

Também representa um alívio para uma União Europeia cujas autoridades discutirão, em reunião de cúpula na próxima semana, as crises recentes do bloco: a migratória, o Brexit e os atentados terroristas.

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