DIVERGÊNCIAS

China pronta para guerra comercial prolongada, diz jornal

O texto, publicado em um jornal estatal chinês, diz que a China têm instrumentos de pressão, o maior mercado para automóveis e telecomunicação e que possuem a economia ligada a internet que mais cresce no mundo

Estadão Conteúdo
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Publicado em 06/08/2018 às 9:45
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O texto, publicado em um jornal estatal chinês, diz que a China têm instrumentos de pressão, o maior mercado para automóveis e telecomunicação e que possuem a economia ligada a internet que mais cresce no mundo - FOTO: Foto: Greg Baker/AFP
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O jornal estatal chinês Global Times afirma em editorial que o governo de Pequim está preparado para uma guerra comercial "prolongada" com os Estados Unidos, se preciso, enquanto os americanos desejam resolver as divergências logo. Publicado no fim do domingo, o texto lembra que os chineses têm instrumentos de pressão, citando que são os principais importadores globais de soja, o maior mercado para automóveis e telecomunicação e que possuem a economia ligada à internet que mais cresce no mundo.

O editorial aponta que a economia americana cresceu 4,1% no segundo trimestre, após medidas "exaustivas" como o corte de impostos. "Quase todos os especialistas pensam que essa velocidade de crescimento é insustentável", diz, para em seguida comparar: "A economia da China cresceu 6,8% no primeiro semestre deste ano, como resultado de várias medidas para desacelerar".

A imprensa oficial diz que a China está deixando uma era de grande dependência das exportações para crescer e afirma que no futuro a economia americana dependerá mais da chinesa do que o contrário. "Uma guerra comercial trará dor temporária à China e gerará mais pressão para Pequim durante a primeira rodada de disputas. Porém a China mostrará sua resistência no comércio e social enquanto a guerra comercial entrar num impasse", prevê o editorial, que faz referências ao principal assessor econômico do presidente Donald Trump, Larry Kudlow. "Em vez de advertir a China, Kudlow deveria advertir o governo Trump a não subestimar a determinação da China para esse fim."

Segundo o editorial, Pequim tem o direito a defender seu desenvolvimento e "não teme sacrifícios de interesses no curto prazo". O texto diz que a "arrogância" dos EUA neste momento se volta contra uma "grande potência". "A China tem tempo de lutar até o fim. O tempo mostrará que os EUA por fim se farão de tolos", conclui o comentário oficial.

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