O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, destacou o alto endividamento da companhia frente à sua geração de caixa para explicar o momento de crise por que passa a estatal. "Não temos estabilidade", afirmou o executivo, ao apresentar o cenário financeiro da empresa, que pauta o Plano de Negócios para o período de 2017 a 2021.
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"Pelo caminho que a companhia escolheu, obviamente, tem responsabilidade sobre como está hoje", disse Ferreira Júnior.
Dívida/Geração de caixa
Atualmente, a relação entre a dívida líquida e a geração de caixa é de 8,78 vezes. De 2012 a setembro de 2016, o patrimônio líquido caiu de R$ 68 bilhões para R$ 33,29 bilhões. Em contrapartida, o endividamento avançou de R$ 26,6 bilhões para R$ 43,64 bilhões no mesmo período. A partir de 2015, a dívida ultrapassou o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações).
Diante do caixa enfraquecido e da percepção do mercado de que a empresa pode ter dificuldade em pagar suas dívidas, os juros anuais pularam de 16,7% em 2014 para 19% em 2016. Além disso, o prazo de pagamento está mais curto. Como resultado, o custo do serviço da dívida subiu 58% nesse intervalo de tempo, de R$ 2,68 bilhões para R$ 4,23 bilhões.