O Brasil vai integrar o grupo de países com regras mais rígidas para aposentadoria se a reforma da Previdência for aprovada nos termos atuais. De acordo com a proposta do governo, quem contribuir por menos de 25 anos não terá direito a se aposentar mesmo que alcance os 65 anos. As informações são da Folha de S. Paulo.
Leia Também
- PEC da Previdência será debatida em duas audiências nesta semana
- Sistema previdenciário estadual: conta que não fecha
- Previdência respondeu por 97% do déficit nas contas públicas em 2016
- STF quer que Temer e deputados expliquem reforma da previdência
- Reforma da Previdência enfrenta restrições dentro da base aliada
- Representante do governo admite gravidade das previdências estaduais
Em outros lugares é permitido se aposentar com tempo menor de contribuição, com a possibilidade de receber um benefício menor que o salário mínimo. No Brasil, após cumprir os 25 anos, a pessoa receberá 76% do benefício. O valor total só será pago a quem trabalhar durante 49 anos, regra mais dura que de outros países.
Na Espanha, por exemplo, quem contribuir por 15 anos tem direito a 50% do benefício. Cada mês adicional de trabalho vai aumentar esse percentual.
Aumento da proporção de idosos em relação à de jovens
A justificativa do governo federal para a reforma da Previdência é o aumento da proporção de idosos em relação à de jovens.
Atualmente, mulheres brasileiras se aposentam após contribuir por 30 anos e homens por 35. Quem não consegue atingir essa regra pode se aposentar por idade (mulheres de 60 anos e homens de 65 anos), desde que tenha contribuído durante 15 anos.
Segundo estudo, não é possível mais adiar a reforma da Previdência
Por causa de fatores demográficos não é possível mais adiar a reforma da Previdência, mostra estudo dos economistas Fernando de Holanda Barbosa Filho e Bruno Ottoni, pesquisadores do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).
Com o envelhecimento natural da população seria necessário que a economia crescesse, na média, 3,7% ao ano até 2050 para estabilizar o déficit da Previdência como proporção do PIB.