A parcela da produção industrial brasileira exportada subiu em 2016. Segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgados nesta quinta-feira (9), o coeficiente de exportação da indústria brasileira subiu de 14,3%, em 2015, para 16,3% no ano passado.
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O indicador acumula aumento de 4,2 pontos percentuais frente a 2014, ano de seu menor percentual desde o início da série em 2003. De acordo com o relatório da CNI, o aumento do coeficiente de exportação deve-se tanto ao crescimento das quantidades exportadas como à queda nas vendas domésticas.
Entre os setores cujo coeficiente de exportação teve crescimento mais expressivo no ano passado estão fumo, madeira, veículos automotores, máquinas e equipamentos, metalurgia e celulose e papel.
De acordo com a CNI, o mercado externo ganhou importância para a indústria por causa da desvalorização do real, que aumentou a competitividade do produto brasileiro.
"A preços de 2007, o valor da produção acumulou queda de 17% entre 2014 e 2016", acrescentou o estudo, feito em parceria com a Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex).
Substituição de produtos estrangeiros por nacionais
A desvalorização do real também estimulou a substituição de produtos estrangeiros por nacionais. O coeficiente de penetração das importações, que revela a participação dos produtos estrangeiros no mercado brasileiro, caiu de 17,8% em 2014 para 16,9% no ano passado.
A indústria também reduziu o uso de insumos importados. O coeficiente de insumos industriais importados caiu de 24,7% em 2015 para 23,3% em 2016. Isso é resultado do aumento de preços das importações. Somente três dos 23 setores pesquisados aumentaram o uso de insumos industriais importados entre 2015 e 2016: químicos, farmoquímicos e farmacêuticos e minerais não metálicos. "Os resultados setoriais revelam diferenças quanto à facilidade em substituir insumos importados por produção doméstica", analisa a CNI.
O estudo mostra ainda que a receita da indústria com as exportações superou os gastos com a importação de insumos industriais. O coeficiente de exportações líquidas subiu de 4,1% em 2015 para 7,4% em 2016. Com isso, o indicador acumula um aumento de 7,2 pontos percentuais na comparação com 2014.