Privatização

Copergás é a penúltima privatizável de Pernambuco

Governo do Estado já fez acordos com o BNDES para realizar estudo que definirá o modelo de concessão

Ângela Fernanda Belfort
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Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 21/05/2017 às 8:01
Foto: Divulgação/ Copergás
Governo do Estado já fez acordos com o BNDES para realizar estudo que definirá o modelo de concessão - FOTO: Foto: Divulgação/ Copergás
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Em tempos de dinheiro curto, é comum o Estado vender ativos para se capitalizar. Pode ser uma empresa, um terreno ou outro bem para obter recursos e aplicá-los em investimentos. Nesse cenário, a Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) é a penúltima “privatizável” do governo de Pernambuco. Caso a distribuidora passe para a iniciativa privada restará apenas a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) com a possibilidade de ser privatizada, e desse modo, capitalizar o Estado. Mas por que a Copergás é tão atrativa e deve ser privatizada primeiro?


Existem pelo menos três respostas. O serviço de gás canalizado é muito menos complexo do que a distribuição de água e esgoto, que é um serviço básico. Segundo motivo: “há uma expectativa de crescer muito. O gás é a energia da transição para uma matriz energética limpa. É o menos poluente entre os combustíveis fósseis”, explica o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires.

Por último, a Copergás registrou um crescimento do lucro de 40%, saindo de R$ 50,7 milhões em 2015 para R$ 70,9 milhões no ano passado. Somente lembrando, o País vive a sua maior crise econômica desde 1929. No ano passado, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 3,6% e isso fez muitas empresas venderem menos e até fecharem. O PIB mede a atividade produtiva do País.


O aumento de 40% do lucro da Copergás foi puxado principalmente pela entrada em operação da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) no Complexo Industrial de Suape e pela retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no gás térmico que era pago pela distribuidora ao Estado de Pernambuco, sócio majoritário da empresa. O Estado é dono de 51% das ações ordinárias da Copergás, a Gaspetro – subsidiária da Petrobras – tem 24,5% e o restante (24,5%) é da companhia japonesa Mitsui.


O crescimento grande no resultado da Copergás não ocorreu apenas no ano passado. Comparando 2015 com 2014, o crescimento foi de 65% já que em 2014 a distribuidora registrou um lucro de R$ 30,6 milhões. “Depois dessa crise, a nossa expectativa é de um crescimento significativo nos próximos cinco a 10 anos”, diz o diretor técnico comercial da Copergás, Jailson Galvão. E acrescenta: “A Petrobras sinaliza um aumento da oferta de gás natural devido ao pré-sal e há a perspectiva também de novos supridores”. Hoje, o principal “supridor” de gás natural é a Petrobras.


O gás canalizado só chega aos clientes via expansão da rede de gasodutos “que está aumentando ano após ano”, conta o diretor técnico comercial da Copergás, Jailson Galvão. Hoje a empresa tem gasodutos que totalizam uma extensão de 700 km vendendo o produto de Recife até Belo Jardim.


Atualmente, a Copergás vende 4,7 milhões de metros cúbicos por dia. É a segunda distribuidora do Nordeste e a quinta do Brasil em movimentação de gás natural. O combustível é vendido a 91 clientes industriais, 70 postos de gasolina, 280 clientes comerciais e 27 mil clientes comerciais. Atualmente, 42 mil veículos usam o Gás Natural Veicular (GNV) nos seus motores. A empresa também é enxuta principalmente para uma estatal. Emprega cerca de 250 trabalhadores, sendo 150 do quadro próprio e cerca de 100 terceirizados, segundo Jailson Galvão.

PASSO-A-PASSO


O primeiro passo para a privatização da Copergás será a conclusão do estudo de viabilidade da futura privatização que está sendo feita pelo BNDES. Pernambuco e mais oito Estados assinaram um termo de cooperação com a instituição financeira para a realização desses levantamentos que devem indicar também qual a melhor forma de privatizar as distribuidoras. Os estudos devem ficar prontos no segundo semestre deste ano, de acordo com uma estimativa feita pelo vice-governador e secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Raul Henry. Ainda não foi fechado um prazo para a privatização.

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