A falta de experiência costuma penalizar os jovens com taxas mais elevadas de desemprego. De janeiro a maio deste ano, no entanto, o saldo de postos de trabalho medido pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foi positivo para a faixa dos 18 a 24 anos. Durante o período houve 320,55 mil contratações nessa faixa etária em todo o País. Em Pernambuco, esse grupo foi o que mais criou novas vagas de emprego no quinto mês do ano, 1.391 no total. Considerando todas as idades, o Estado ainda teve um saldo negativo de 195 postos, mas a ampliação de oportunidades entre os jovens representa um sinal de esperança para a economia local.
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Pelos números do Caged de maio, Pernambuco registrou números positivos nos três grupos etários mais jovens: até 17 anos (39 vagas), 18 a 24 anos (1.391 vagas) e 25 a 29 anos (221 vagas). O inverso aconteceu com pessoas de 30 a 39 anos, que perderam 337 postos de trabalho; 40 a 49 anos, com menos 594 postos; 50 a 64 anos, menos 791 vagas; e 65 anos ou mais, que perdeu 124 postos.
“Na indústria, pesa muito a favor dos jovens a escolaridade mais elevada. Pesquisas do setor mostram que, ao longo dos anos, o nível de escolaridade dos trabalhadores do setor está aumentando enquanto a idade média está caindo”, explica o economista da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Thobias Silva. Apesar de o Ministério do Trabalho não ter divulgado os dados etários nacionais e regionais por setor da economia, com base em outras pesquisas o economista acredita que a qualificação está a favor dos mais jovens.
Para o sócio da Ceplan, Jorge Jatobá, os números mostram, de uma forma geral, uma boa notícia. “É preciso saber o tipo de trabalho que foi criado, mas podemos dizer que a economia está começando lentamente a se recuperar”, comenta o economista. Ele destaca que esse grupo sofreu muito no auge do desemprego, quando nem sequer conseguiram entrar no mercado.
QUALIDADE DO EMPREGO
Segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad), realizada pelo IBGE, no primeiro trimestre deste ano, a taxa de desocupação entre os jovens chegava a 28,8%, o dobro da média nacional (13,7%).
Mesmo considerando um passo positivo, Thobias Silva chama a atenção para o fato de que a mão de obra jovem é, muitas vezes, usada para substituir pessoas mais experientes por salários mais baixos. Ou seja, os números podem estar gerando mais vagas para pessoas de 18 a 24 anos, mas esses postos podem não ser no mesmo nível de qualidade.