O dólar fechou em leve queda nesta terça-feira (11) no patamar dos R$ 3,25, em reflexo aos ingressos de recursos de estrangeiros para Ofertas Públicas Iniciais (IPO) de ações previstas na B3 neste mês de julho e expectativa com um troca de comando no governo. Certa cautela, porém, foi observada com mais um dia de giro financeiro fraco com o mercado à espera de uma definição sobre a votação da reforma trabalhista no plenário do Senado. Do lado do exterior, a alta de mais de 1% do petróleo contribuiu para a valorização do real.
No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,21%, aos R$ 3,2534, o menor nível desde 1º de junho (R$ 3,2457). O giro financeiro registrado somou US$ 609,3 milhões. Na mínima, ficou em R$ 3,2472 (-0,39%) e, na máxima, aos R$ 3,2697 (+0,29%).
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De acordo com um operador, a entrada de capitais para os IPOs na bolsa foi o que segurou o dólar em baixa esta tarde.
Nestes últimos dias temos visto um desmonte de posições com o Banco Central dando tranquilidade ao mercado. "O BC antecipou a rolagem de swap exatamente porque sabia que essa semana poderia gerar um movimento mais acentuado no dólar", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Galhardo explica que por causa da liquidez gerada pelo BC, algumas empresas já estão fazendo operações de venda de dólar se antecipando aos futuros IPOs na Bolsa, com o intuito de comprar um dólar mais barato lá na frente. Entre as empresas que devem fazer IPO neste mês estão Carrefour, Ômega, Bratoscana e IRB-Brasil-Re.
O mercado operou em compasso de espera desde o início da tarde depois que a sessão do Senado que deve votar a reforma trabalhista foi suspensa e teve as luzes apagadas, após parlamentares da oposição ocuparem a mesa diretora no Plenário.
Para Galhardo, o mercado teve nestes últimos dias um desmonte de operações em meio a um consenso de que será benéfica a possível troca do presidente Michel Temer pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, uma vez que o mercado enxerga que Maia conseguirá aprovar as reformas, principalmente a da Previdência, devido à uma coesão entre os partidos.
"O mercado avalia que Maia já tem agido em suas falas como se fosse presidente", disse. Hoje à tarde, Maia defendeu que a Câmara vote a denúncia contra Temer antes do recesso porque o "Brasil não pode parar", acrescentando que a agenda das reformas vai continuar, mas que para isso "precisamos encerrar o capítulo da denúncia".
Mercado futuro
No mercado futuro, o dólar para agosto caiu 0,08%, aos R$ 3,2690 O volume financeiro movimentado somou US$ 10,67 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,2610 (-0,32%) a R$ 3,2840 (+0,38%).