Condenação de Lula

Condenação de Lula dá impulso ao Ibovespa, que sobe 1,57%

Volume de negócios somou R$ 9,95 bilhões, após anúncio da condenação do petista

JC Online
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Publicado em 12/07/2017 às 18:29
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Volume de negócios somou R$ 9,95 bilhões, após anúncio da condenação do petista - FOTO: Foto: ABr
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A condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo juiz Sérgio Moro deu impulso ao Índice Bovespa, que teve sua terceira alta consecutiva e atingiu o maior patamar desde 17 de maio, quando foi deflagrada a atual crise política. O indicador, que já operava em alta no momento da notícia, ganhou força rapidamente e terminou esta quarta-feira (12) em alta de 1,57%, aos 64.835,55 pontos. O volume de negócios também mostrou reação e somou R$ 9,95 bilhões, o maior em quase um mês.

Lula foi condenado em primeira instância a 9 anos e 6 meses por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no processo sobre a propriedade do tríplex no Guarujá. Em sua decisão, Sérgio Moro ainda proibiu o ex-presidente de assumir cargos ou funções públicas. A condenação foi recebida no mercado como um obstáculo concreto à candidatura do petista, que lidera as pesquisas eleitorais para 2018. Segundo levantamento do Datafolha publicado em 26 de junho, Lula tinha 30% das intenções de voto, quase o dobro da segunda colocação. Para que haja inelegibilidade, é necessária a confirmação da condenação em segunda instância.

A alta foi generalizada na bolsa, mas privilegiou principalmente as ações que melhor refletem a percepção de risco político. Foi o caso dos papéis da Petrobras, que já acompanhavam a alta do petróleo, mas ganharam fôlego extra depois da notícia. No fechamento, Petrobras ON e PN tiveram ganhos de 3,90% e 4,95%, respectivamente. Banco do Brasil ON, outra ação sensível ao noticiário político, subiu 2,85%.

Segundo operadores ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a notícia favorece o mercado de ações principalmente pelo lado do investidor estrangeiro, por indicar possibilidade de menor risco político em 2018 e por fortalecer a credibilidade do País.

Análise

"O investidor estrangeiro não gosta de incertezas no cenário. A possibilidade de um novo governo petista seria vista como um sinal de mais volatilidade à frente", disse Roberto Indech, analista da Rico Corretora.

"Se Lula vence as eleições e retorna à Presidência, a mensagem para o investidor estrangeiro é de falta de credibilidade do País. A condenação, ainda que em primeira instância, é portanto uma sinalização de credibilidade", disse Luiz Roberto Monteiro, operador da Renascença Corretora.

Entre as 59 ações que fazem parte da carteira teórica do índice, apenas empresas exportadoras fecharam em queda, influenciadas pela forte desvalorização do dólar. Embraer ON (-2,32%), Fibria (-2,05%) e units da Klabin (-1,70%).

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