O ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, chamou atenção nesta segunda-feira (17) para o fato de a geração líquida de vagas formais de emprego no primeiro semestre de 2016, de 67.358 postos, representar o melhor resultado desde o primeiro semestre de 2014. Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados no início da tarde desta segunda pelo Ministério.
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"Tivemos em junho o quarto mês de geração de empregos em 2017. Queríamos estar comemorando números melhores, mas o Brasil possui suas especificidades", comentou o ministro durante coletiva de imprensa. "Podemos destacar o setor agropecuário, que foi importante em junho, e alguns subsetores da indústria de transformação."
Agropecuária puxou o crescimento de vagas do país
De acordo com o Caged, a agropecuária gerou, sozinha, 36.827 vagas com carteira assinada em junho. Na prática, foi o setor que garantiu o resultado positivo do mês passado, de 9.821 vagas. Por outro lado, setores importantes da economia, como a indústria de transformação (-7.887 vagas) e construção civil (-8.963 vagas) apresentaram fechamento de postos de trabalho no mês passado.
"Os setores que ficaram negativos no Caged foram influenciados por fatores regionais. A indústria foi mais negativa no Sul e no Sudeste", exemplificou Nogueira. "Mas não há anomalia geral em setores que apresentaram números negativos", disse.
O ministro reconheceu que existe uma queda de emprego na indústria em setores mais dinâmicos, como os do Sudeste e do Sul, mas lembrou que em outras regiões não houve baixas no setor "Quedas na indústria e serviços estão mais concentradas no Sul e Sudeste. Mas Norte e Nordeste têm dados positivos", pontuou. Para o ministro, a economia dá sinais de recuperação, sendo que esta retomada "se estabelece de forma segura".
Preocupações
Ronaldo Nogueira disse que os números mais preocupantes do Caged são os do setor de construção civil. Em junho, de acordo com o Ministério, houve fechamento líquido de 8.963 vagas. "Acreditamos em recuperação de alguns setores, como a construção civil", disse Nogueira.
"Nós gostaríamos de comemorar números melhores, mas o Brasil é um país que tem especificidades e a economia é um conjunto de fatores – externos e internos. O governo está cumprindo seu papel no sentido de dar sinais para o mercado, com a aprovação de reformas. A expectativa é que se mantenham os números positivos até o final do ano”, ressaltou Nogueira.
Ajustes de dados do Caged
O coordenador de Estatísticas do Ministério, Mario Magalhães, que também participou da coletiva de imprensa, afirmou que, com a reforma trabalhista aprovada, haverá ajustes nos dados do Caged para algumas categorias. Segundo ele, a forma de inserção das informações no Caged está em estudo, mas uma definição deve ocorrer em até 90 dias.
"2014 foi o último ano que tivemos resultados positivos. 2015 e 2016 são anos específicos da crise", completa. Ele lembrou que 2014 foi um momento de crescimento econômico acelerado, enquanto 2017 é um ano de retomada.
Magalhães lembrou ainda que a agropecuária tem dois movimentos distintos no Brasil. No primeiro semestre, há geração de vagas, com picos em abril e maio e reflexos em junho e julho - o que foi verificado nos números de hoje do Caged. No segundo semestre, o ímpeto diminui. Ainda assim, o ciclo agrícola do Nordeste, baseado na cana-de-açúcar e na produção de frutas, contribui para amenizar o movimento no setor. Na prática, a expectativa é de geração de vagas no setor no segundo semestre, mas com números mais contidos.