Em 21 de agosto de 2014, na véspera da abertura de uma Bienal do Livro, o principal evento do mercado editorial, a Amazon começou a vender livro físico. No primeiro aniversário, mais uma surpresa: uma megapromoção, também perto da feira. Em 2016, ela repetiu a fórmula - descontos altos para lançamentos e fundo de catálogo - e dobrou o volume de exemplares vendidos.
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Podia ter sido melhor, a empresa avaliou após ouvir de consumidores que no fim do mês o bolso aperta. A Book Friday durava uma semana, outro ponto de reclamação. A cada dia um lote de livros entrava na promoção e isso deixava o consumidor confuso - ou arrependido pela compra já feita.
Essa é a justificativa de Daniel Mazini, gerente-geral de livros impressos da amazon.com.br, ao anunciar que a Book Friday será antes - ela começa ao meio-dia desta quinta-feira (17) e vai até a meia-noite de sexta (18).
Outra novidade, ele conta, é a quantidade de títulos incluídos na ação - 35 mil, entre impressos e digitais, ante os 22 mil de 2016, e todos com frete grátis.
Livro do momento, O Conto de Aia, de Margaret Atwood, vai custar R$ 24,90 (o preço de capa é R$ 44,50, embora já seja encontrado em algumas livrarias, na Amazon inclusive, por R$ 27,50). As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, que custa R$ 99,90 e é oferecido hoje pela livraria por R$ 26,90, poderá ser comprado por R$ 19,90. O preço da Caixa Harry Potter - Edição Premium Exclusiva Amazon, de J. K. Rolling, caiu de R$ 249,50 para R$ 139,90. Isso, nas edições impressas, cujos descontos chegam a 80%.
No caso dos e-books, eles podem ser maiores. A cada seis horas, um lote-surpresa com descontos de 90% será colocado no ar. Depois de Você, de Jojo Moyes, o 10º livro mais vendido no Brasil no primeiro semestre, segundo a Nielsen, vai custar, em sua versão digital, R$ 14,95 (vale R$ 24,90). Os e-readers Kindle estarão R$ 80 mais baratos, e quem quiser assinar o Kindle Unlimited vai pagar mensalidade de R$ 1,99 nos três primeiros meses, e não os usuais R$ 19,90).
Alguns sebos, livrarias e editoras que vendem por meio do site da Amazon, que lançou seu marketplace em abril, foram convidados a participar da ação - uns darão desconto, outros, frete grátis. "Com isso, alguns livros raros da Cosac Naify, que já acabaram em nossos estoques, voltam a ficar disponíveis para o leitor", diz Mazini.
Mercado
Este não é o melhor momento do mercado editorial brasileiro que, embora dê sinais de recuperação, está longe de sair do vermelho. Líder, a Saraiva se vê às voltas com a queda da receita bruta de suas lojas físicas e vende, para editoras, espaço em seu estande na Bienal do Rio (de 31 a 10/9) para ajudar a custear sua participação.
A Cultura, a segunda, tem de se reestruturar após comprar a operação da Fnac no Brasil ao mesmo tempo em que precisa pagar a dívida que acumula com várias editoras. Enquanto isso, a Amazon, que só tem, por ora, e-commerce, e que ficava em 3º no ranking das melhores vendedoras, já encosta na Cultura, dizem fontes do mercado. Desde 2012, quando chegou aqui, ela distribuiu 34 milhões de títulos (físicos, e-books, e-books gratuitos e empréstimos).
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.