De acordo com levantamento realizado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), as indústrias registraram maior contratação de profissionais técnicos, em detrimento aos trabalhadores de nível superior. A pesquisa foi divulgada nesta segunda-feira (11) e revela o crescimento da confiança do empresário na realização de investimentos em seus negócios.
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Segundo o Diretor Regional do Senai Sérgio Gaudêncio, a estrutura piramidal do mercado favoreceu o resultado. “Em época de crise é que as atividades que tratam com manutenção se tornam mais fortes. Isso acontece porque as pessoas não têm poder aquisitivo para comprar ouro produto, então elas consertam”, explica.
Gaudêncio afirma que apesar de sentir que há sinais de recuperação na economia não se percebe uma retomada na indústria pernambucana. Na visão dele, os sinais ainda são muito acanhados. No entanto, para o diretor, diversos setores foram favorecidos pela crise, como as oficinas automitivas, por exemplo.
“Hoje, o cenário da empregabilidade é maior na manutenção. Telecomunicações, refrigeração, climatização, eletromecânica e automação, são as áreas mais procuradas atualmente”, conta o diretor. Segundo ele, setores como os de vestuário e alimentação, indústria automotiva, sofreram pouco em decorrência de serem áreas diretamente relacionada ao consumo das famílias.
Uma das razões que contribuíram para esse cenário tem uma relação direta com os resultados de importantes indicadores econômicos do País, como o Produto Interno Bruto e a inflação, por exemplo, na análise do especialista do Senai. “Primeiro a produção industrial deixou de cair, isso é algo importantíssimo. A inflação cai, o PIB dá sinais de recuperação e está em crescimento ,inclusive em Pernambuco. São indicadores econômicos muito importantes. A indústria começa a acreditar novamente na recuperação. Isso começa a gerar uma expectativa mais positiva na indústria pernambucana. Essa crença de que vai retomar pesa positivamente. É um cenário positivo que faz com que o emprego também aumente”, avalia.
Demanda
Gaudêncio aponta que há mais oportunidades de empregabilidade na indústria e maior demanda de profissionais técnicos dentro das empresas. “Dentro de uma fábrica há um funcionário de nível superior, como um engenheiro mecânico, e três ou quatro trabalhadores de nível técnico”, detalha. Ele ainda complementa que a graduação no Brasil não tem experiência em manutenção, uma das maiores necessidades atuais das indústrias e por esse motivo há maior demanda da mão de obra técnica em vez da superior.
"O trabalhador mais qualificado vai ter mais facilidade para conseguir o emprego. A qualificação é essencial. O nível superior está de certa forma, saturado. Porque têm muitos profissionais formados e poucas oportunidades para eles", conclui.