Depois de reportagens e um vídeo mostrando que o humor do mercado financeiro estava muito melhor no Brasil do que as condições da economia e política, o jornal britânico Financial Times apresentou neste sábado (23), em seu site, outro pequeno filme mostrando que as autoridades brasileiras estão confiantes de que o pior já passou. Nele, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que o crescimento médio da economia brasileira já está próximo de 1%.
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Esta semana, por meio do Relatório Trimestral de Inflação, o Banco Central informou que a nova projeção oficial do governo para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deste ano havia subido de 0,5% para 0,7%. No mesmo dia, em uma entrevista em Nova York, Meirelles comentou que a tendência era de novas revisões para cima das expectativas para o indicador.
O material do Financial Times divulgado neste sábado faz parte de um trabalho da publicação, que incluiu um caderno especial sobre o País e um seminário em Nova York para potenciais investidores, que reuniu o presidente Michel Temer, ministros e o presidente da Petrobras, Pedro Parente, além de outros representantes do governo.
"A economia brasileira está rastejando de sua pior recessão já registrada. Sinais econômicos positivos e esperança de reformas e investimentos em infraestrutura e energia estão mantendo um rali no mercado. Isso proporciona algum alívio para o presidente Temer, que continua a ser atingido por acusações de corrupção", trouxe a apresentação do filme de 4 minutos e meio.
Petrobras
O vídeo cita que, apesar da Operação Lava Jato que tem a estatal do petróleo, Petrobras, como o centro das investigações sobre corrupção, o sentimento no governo doméstico é de confiança na retomada. "A economia brasileira já está mostrando sinais claros de recuperação", afirmou Meirelles, citando, como exemplo, o início da criação de empregos nos oito primeiros meses do ano, que, segundo ele, mostra uma tendência clara de crescimento. Na comparação do fim do ano para o início de 2017, pelos seus cálculos, a expansão do PIB está próxima a 3%.
Parente também foi entrevistado pela publicação britânica e disse que hoje a estatal é uma "companhia completamente diferente" da que foi no passado em governança, integridade e compliance. Em termos de operação, também houve mudanças para melhor, segundo o executivo, já que a empresa tem há vários trimestres folga em seu fluxo de caixa.
TLP
O material do FT cita também a transformação aprovada pelo Congresso Nacional da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) - que é subsidiada indiretamente e é inferior ao juro básico do País, a Selic - na Taxa de Longo Prazo (TLP), que terá como referência a variação de títulos públicos de cinco anos com precificação de mercado. O instrumento é usado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para fomentar a economia do País por meio de investimentos. "É transcendental", afirmou o presidente da instituição, Paulo Rabello de Castro, em relação à mudança.
Para Rabello de Castro, o funding para operações de mercado de longo prazo renascerá "em breve". No vídeo, o presidente do BNDES admitiu que há incertezas ainda sobre o Brasil, mas ele minimizou essas dúvidas, argumentando que elas dizem respeito ao cenário político, e não ao econômico. "Basicamente, as pessoas estão querendo um pouco mais tempo para 'wait and see' (esperar para ver)", disse.
Um dos motivos para essa pausa, de acordo com o filme, é o de que o País passará por eleições presidenciais no ano que vem. Até lá, corrupção e populismo, estarão em pauta, conforme o material.