ENERGIA

Privatização permitirá queda das tarifas no futuro, diz presidente da Eletrobras

Parte dos recursos arrecadados com oferta de ações serão direcionados a fundo setorial formado a partir de encargo na conta de luz

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Publicado em 18/10/2017 às 12:12
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
Parte dos recursos arrecadados com oferta de ações serão direcionados a fundo setorial formado a partir de encargo na conta de luz - FOTO: Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
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O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Junior, disse nesta quarta-feira, 18, que a privatização da estatal elétrica vai permitir a redução das tarifas de energia no futuro. "(A operação) estabelece recurso para diminuir as tarifas dos consumidores para frente", afirmou Ferreira Junior, que participou no período da manhã do Fórum de Temas Nacionais, promovido pela Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB).

Ele se referiu ao fato de que parte dos recursos arrecadados com a planejada oferta de ações serão direcionados ao fundo setorial Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que é formado a partir de encargo na conta de luz. "Será a primeira vez que essa conta receberá um aporte", disse, no evento em São Paulo.

O presidente da Eletrobras afirmou também que a companhia deve entregar suas principais obras no segmento de geração até o final do ano que vem. O executivo destacou a conclusão da termelétrica Mauá 3, já ocorrida, e a entrada em operação de toda a energia assegurada de Belo Monte, de cerca de 4,5 mil MW, em dezembro deste ano.

Citou ainda que a primeira turbina da hidrelétrica São Manoel deve iniciar operação em fevereiro, enquanto no segundo semestre haverá a entrega das primeiras máquinas da hidrelétrica Sinop.

A conclusão de investimentos já comprometidos é uma das frentes do plano estratégico da Eletrobras para melhorar sua situação financeira.

DISTRIBUIDORAS

As condições da privatização das distribuidoras hoje operadas pela Eletrobras devem ser conhecidas nos próximos dias, indicou Ferreira Junior, a jornalistas. De acordo com ele, a avaliação dos ativos e a modelagem de venda, elaborados por empresas contratadas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), gestor do processo, já foram submetidas ao Programa de Parceria de Investimentos (PPI), que deve analisar os trabalhos e deliberar sobre a questão.

Durante o evento, o executivo comentou que a companhia estava trabalhando para abrir a sala de informações (data room) sobre as empresas em breve. Ele reforçou, porém, que a efetiva venda das distribuidoras que operam no Acre, Alagoas, Amazonas, Piauí, Rondônia, Roraima, ficará para o início do ano que vem, entre fevereiro e março.

Conforme Ferreira Junior, a venda das distribuidoras, que são deficitárias, deve permitir uma melhora da geração de caixa da estatal, medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), da ordem de R$ 1,1 bilhão. "Com a venda das distribuidoras, vamos parar de perder R$ 1,1 bilhão em Ebitda", comentou.

SPEs

A venda das distribuidoras de energia hoje operadas pela Eletrobras e das 77 participações em Sociedades de Propósito Específico (SPEs) deve permitir que a estatal elétrica reduza sua alavancagem, medida pela relação dívida líquida/Ebitda, para um patamar abaixo de 3, ante as atuais 4,7 vezes, disse Ferreira Junior.

"Ao final da reestruturação, estaremos com níveis saudáveis de alavancagem", disse o executivo.

Ele lembrou que empresas de energia são tipicamente alavancadas, mas considerou que o "espaço ideal de alavancagem" é de entre 2,5 e três vezes dívida líquida/Ebitda.

Ferreira Junior disse anteriormente que a venda das SPEs deve ocorrer ao longo dos próximos meses, antes mesmo do leilão das distribuidoras.

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