Apesar de uma retração em relação ao trimestre imediatamente anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco fechou o terceiro trimestre com um crescimento acumulado de 2,1% no ano, em comparação ao mesmo período do ano passado. No Brasil, esse percentual ficou em 0,6%. Ainda faltam fechar os números de outubro, novembro e dezembro, mas para o diretor executivo de Estatísticas e Pesquisa da Agência Condepe/Fidem, Maurílio Lima, o desempenho da economia pernambucana, até o terceiro trimestre de de 2017, permite prever que o Estado deverá fechar o ano com um crescimento de 2%, um desempenho acima do 1% previsto para o Brasil este ano.
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“A economia está em recuperação, oscilando na indústria que não vem apresentando um bom ritmo de crescimento. Dentro da indústria, há alguns setores que estão segurando e vão contribuir para que esse ritmo diminua”, disse Lima, referindo-se às atividades de refino de Petróleo da Abreu e Lima, que caiu 4,3% no ano até setembro, assim como a construção civil, com queda de 7,8%. A Agência Condepe/Fidem divulgou os números ontem. Diante de um resultado geral positivo de 2,1%, o governador Paulo Câmara (PSB) comentou o assunto em entrevista à Rádio Jornal na manhã de ontem.
“Isso mostra que tanto na questão do emprego, quanto na questão do crescimento econômico, a gente já está reagindo mais e isso também vai ao encontro do que a gente planejou. Pernambuco é o estado que mais sentiu em 2015 a crise e agora está começando a dar sinais de recuperação, mais que os outros Estados”, afirmou o governador no debate da Rádio Jornal da quinta-feira (28).
Apesar da comemoração, o PIB do terceiro trimestre do Estado refletiu uma desaceleração. No segundo semestre o crescimento estava em 2,7%. O crescimento menor acontece justamente no início do segundo semestre, quando, tradicionalmente, é esperado um resultado superior, por causa da produção para o final de ano. Maurílio Lima da Condepe/Fidem disse que o resultado não foi recebido com surpresa, porque o comportamento da economia sempre mostra oscilações de um trimestre para o outro. “A gente esperava um resultado assim, por causa da indústria”, salientou.
SERVIÇOS
Lima fala, ainda, dos fatores sazonais e do desempenho de determinados segmentos. “Quando se compara o terceiro trimestre com o segundo, há fatores sazonais e também há situações. Era de se esperar uma melhoria no nível de renda da população, o emprego ainda não está no número desejado para reaquecer a demanda e reativar a economia no setor de Serviços.”
Além disso, a baixa reação da indústria também interfere no ritmo dos serviços prestados às empresas. Apesar das dificuldades, o setor de Serviços foi o que mais contribuiu com o crescimento geral do PIB no Estado, fechando o terceiro trimestre com um crescimento de 2,3%. O setor tem um peso de 79% na economia, a Indústria responde por 18% da economia e a agropecuária, 3,3%.
Este último setor, apesar de ter tido um desempenho bem inferior ao trimestre anterior, na ordem de 22,7 negativos, registra um crescimento, no acumulado do ano, de dois dígitos: 16,7%. Agricultura se beneficiou, ao longo de 2017, da retomada de produção de algumas áreas que foram prejudicadas pela seca.