Depois de cinco quedas consecutivas, com as quais acumulou perda de 8%, o Índice Bovespa exibiu uma discreta melhora e terminou o pregão desta terça-feira, 12, aos 72.754,12 pontos, com alta de 0,62%. O desalento dos investidores com o cenário doméstico seguiu como principal fator de fraqueza das ações, em meio à falta de perspectivas positivas para os cenários econômico e eleitoral. Os negócios somaram R$ 9,6 bilhões, novamente abaixo da média dos últimos dias.
Pela manhã, o Ibovespa pegou carona com a alta das bolsas de Nova York e chegou a registrar máxima de 73.322 pontos (+1,40%). O índice passou a perder fôlego gradativamente e à tarde tocou pontualmente o terreno negativo, quando chegou a cair 0,25% (mínima de 72.124 pontos).
"A Bolsa não anda em boa parte porque o momento é de revisões do cenário econômico, com a possibilidade de as companhias listadas na Bolsa entregarem resultados piores nos próximos trimestres", disse Glauco Legat, analista da Spinelli Corretora. "Com o cenário de incerteza, a aposta do investidor está mais direcionada ao dólar, que hoje voltou a subir, apesar dos leilões do Banco Central", completou o profissional.
Segundo Legat, o investidor começou a colocar na conta o atual quadro de indefinição econômica e eleitoral e se questiona se vale a pena correr o risco de um cenário em que nem mesmo os analistas políticos conseguem avaliar. "Tudo está apontando para um cenário ainda mais difícil, com muitas coisas para acontecer. A Bolsa precisa de um 'trigger' que não estamos vendo", disse.
Leia Também
Ações da Vale
A alta do dia foi garantida em boa parte pelo bom desempenho das ações da Vale, que terminaram o dia com ganho de 1,67%. O papel acompanhou a alta do minério de ferro no mercado à vista chinês e também a notícia de que a empresa concluiu acordos com a Wheaton Precious Metals Corp e com a Cobalt 27 Capital Corp. para a venda de cobalto. Por outro lado, Petrobras ON caiu 0,82% As ações do setor financeiro também operaram em queda, à exceção de Banco do Brasil ON, que subiu 3,85%.
Na última sexta-feira, 8, os investidores estrangeiros retiraram R$ 1,108 bilhão da B3. Em junho, até essa data, o saldo líquido dos investimentos externos era negativo em R$ 3,155 bilhões. Em maio, essas saídas somaram R$ 8,43 bilhões.
"Enquanto o fluxo de investidores estrangeiros não se restabelecer, a Bolsa vai continuar sem defesa. E eles não estão vendo motivo para comprar as ações brasileiras em um momento tão negativo do País, com tantas dificuldades de se prever o que vem à frente", disse um operador de renda variável.