O Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) vai repartir lucro de R$ 6,23 bilhões de 2017 com os trabalhadores. Cada uma das 258 milhões de contas do fundo vai ter rendimento extra de 1,72%, o que representa, na média, R$ 38. Até o dia 31 deste mês, todas as contas vão receber o recurso extra. Devem ser beneficiadas 90,7 milhões de pessoas.
Este é o segundo ano em que metade do lucro do FGTS é distribuído entre os trabalhadores e que o rendimento total fica acima da inflação. Segundo os gestores do FGTS, o resultado somou R$ 12,46 bilhões, sendo que 50% (o equivalente a R$ 6,23 bilhões) serão divididos com os trabalhadores.
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Isso é possível por causa da lei nº 13.446, que garante percentual de distribuição de metade do lucro líquido com investimento em títulos públicos, financiamento de projetos de infraestrutura e no Fundo de Investimento do FGTS (FI-FGTS), entre outras operações financeiras. Em 2017, foram distribuídos R$ 7,2 bilhões de lucro.
Se levar em conta a atualização mensal já paga durante os meses do ano passado, as contas do FGTS tiveram remuneração total de 5,59% no acumulado de 2017. O percentual foi praticamente o dobro da inflação oficial do período, de 2,95%, destaca a Caixa, a administradora dos recursos.
Mesmo assim, o professor de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e consultor de empresas, Ecio Costa, alerta que a rentabilidade do fundo para o trabalhador é pequena. “Há diversas aplicações financeiras que dão retorno mais interessante que o FGTS. Para o trabalhador, no entanto, não há flexibilidade de alocação. Ele só pode sacar caso se encaixe em alguma das condições existentes, como após demissão sem justa causa”, explica.
Os cotistas poderão consultar o valor recebido a partir de 31 deste mês no site da Caixa, por meio do endereço www.caixa.com.br, ou através do aplicativo FGTS Trabalhador, disponível para os modelos operacionais de celular Android, Iphone e Windows.
CONSIGNADO
A Caixa desenvolveu um sistema que permitirá aos bancos segregar parte dos recursos do FGTS de cada trabalhador que serão dados como garantia nos empréstimos consignados. O governo acredita que isso dará mais segurança aos bancos privados para operar a linha. O sistema permitirá que bancos façam o bloqueio de até 10% da conta do FGTS do trabalhador que tomar crédito consignado e eventual multa como garantia. Em caso de demissão sem justa causa, o banco credor pode receber diretamente da Caixa as garantias dadas na operação.
“Vamos apartar numa conta consignada que ficará indisponível durante a vigência do empréstimo”, disse o vice-presidente de fundos de governo e loterias da Caixa, Valter Nunes.