HEMOBRÁS

Ministro da Saúde, Ricardo Barros, espera concluir Hemobrás em 2018

Empreendimento foi criado em 2004 e até hoje se arrasta

Da editoria de economia
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Publicado em 02/08/2016 às 12:25
Ricardo B.Labastier/JC Imagem
Empreendimento foi criado em 2004 e até hoje se arrasta - FOTO: Ricardo B.Labastier/JC Imagem
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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, em entrevista à Rádio Jornal nesta terça-feira (02/08) disse que pretende colocar a Empresa Brasileira de Hemoderivados e Biotecnologia em Pernambuco (Hemobrás) para funcionar em dois anos. Até então, após vários atrasos, a previsão era de que o empreendimento fosse concluído em 2020. A estatal começou a ser construída em 2010, no segundo ano do governo Lula. Pelo cronograma inicial, deveria estar pronta em 2014.

A fábrica ainda está em construção em Goiana, Mata Norte de Pernambuco, mas parte das operações já estão ativas.

A estatal passa por um processo de arrumação depois de três servidores serem afastados em dezembro do ano passado sob a acusação de desvio de dinheiro. 

Na entrevista ontem, o ministro afirmou que o prazo de dois anos seria necessário para concluir o processo de transferência de tecnologia e colocar a estrutura para funcionar. Ele também argumentou que será refeito o acordo entre o Ministério e a Hemobrás para retirar da estatal a delegação da exclusividade na manipulação do sangue no País. “Vamos trazer isso para o Ministério.” 

“A melhor novidade é a gestão do plasma passar a ser do Ministério da Saúde porque todo o nosso foco será empregado na construção da fábrica”, revelou o presidente interino da Hemobrás, Marcos Arraes de Alencar. 

Ontem, o conselho de Administração da Hemobrás se reuniu, em Brasília, iniciando as discussões sobre essa transferência.

As instalações físicas da Hemobrás estão com uma execução de 70%. Já foi gasto mais de R$ 1 bilhão no empreendimento e transferência de tecnologia. Até setembro, a empresa deve concluir um mapeamento que vai indicar exatamente quanto é necessário para finalizar as obras e o processo de compra de tecnologia. “Num levantamento preliminar, estimamos que será necessário R$ 500 milhões para concluir tudo”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial substituto da estatal, André Gomes Correia.

Hoje, cerca de 200 pessoas trabalham na Hemobrás que tem uma câmara fria – a qual recebe o plasma – funcionando desde 2012. A estatal também possui um armazenamento de medicamentos em Jaboatão dos Guararapes que distribui os hemoderivados que recebe da França para os hospitais do SUS.

As obras da Hemobrás são uma novela. A primeira licitação para a construção da empresa ocorreu em 2009 e foi anulada por causa de problemas com o TCU. Na época, foi realizada apenas a terraplenagem. As obras começaram pra valer em 2010, embora a empresa tenha sido criada em 2004 e iniciado o seu funcionamento em 2005. A Hemobrás vai produzir cinco hemoderivados, incluindo a imunoglobulina, a albumina e o fator VIII recombinante. Alguns desses produtos são usados no tratamento de hemofílicos.

POLÍCIA

Realizada pela Polícia Federal, a Operação Pulso provocou mais um golpe na estatal, culminando com três servidores afastados: o ex-diretor Rômulo Maciel Filho e os ex-gerentes de Plasma, Marisa Peixoto Veloso e o de Hem0derivados, Guy Joseph Victor Bruere. Numa das fiscalizações da operação, foram arremessados maços de dinheiro de uma das torres gêmeas, no Cais de Santa Rita, área central do Recife. A cena virou um símbolo de corrupção.

 

 

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