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Cresce procura de turistas para se hospedar pelo Airbnb no Recife

Outras cidades turísticas também tiveram o aumento de clientes utilizando a plataforma digital

Da editoria de economia
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Publicado em 28/02/2017 às 8:01
Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
Outras cidades turísticas também tiveram o aumento de clientes utilizando a plataforma digital - FOTO: Foto: Edmar Melo/Acervo JC Imagem
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O site Airbnb será usado por 100 mil hóspedes durante o Carnaval deste ano no Brasil. Essa grande movimentação está se concentrando nas cidades que têm festa de rua. Projeções da empresa indicam que deve ocorrer um aumento de 97% de usuários no Recife, 66% no Rio e 50% em Salvador, além de 187% em São Paulo. A expectativa mais alta é a da cidade mineira de Ouro Preto com uma previsão de um crescimento de 300% no número de pessoas que se hospedarão usando a plataforma, quando se compara com o mesmo período do ano anterior.

Mas por que num ano em que a crise está tão séria esse serviço cresce de forma tão expressiva? Primeiro, a hospedagem via Airbnb sai mais barata do que estruturas maiores como quartos de hotel ou pousadas. Somente como exemplo, o site chegou a anunciar um quarto para hospedar duas pessoas na Ladeira da Misericórdia – dentro do foco da folia em Olinda – por R$ 117 a diária, preço considerado um grande achado para quem deseja brincar o Carnaval por lá.

“O preço e a comodidade foram os grandes atrativos para optar por esse tipo de hospedagem. O valor foi muito em conta”, diz o professor universitário Marcos Mesquita, que mora em Alagoas e alugou um apartamento em Boa Viagem para passar o Carnaval. A hospedagem saiu por R$ 1 mil nos cinco dias da folia. 

A socióloga Iara Cordeiro colocou dois apartamentos, ambos no Espinheiro, para alugar via o Airbnb durante o Carnaval. “Gosto muito da facilidade, porque não me relaciono financeiramente com o meu hóspede e tenho uma garantia de receber pelo serviço. Também gosto porque o site dá uma certa segurança de que aquela pessoa realmente existe”, conta. Os imóveis dela são alugados pela plataforma há um ano e quatro meses e receberam visitantes durante a folia de Momo no ano passado. Iara também já usou o Airbnb para se hospedar na Bahia. 

É a combinação desses dois fatores que está alimentando a grande procura pelo serviço: é barato para quem se hospeda e, nesses tempos de crise, representa uma receita extra para quem tem um imóvel ou cômodo que não está sendo usado. Uma pesquisa feita pelo próprio Airbnb constatou que 18% dos anfitriões usam a renda obtida com o aluguel por temporada para manter a própria casa. No Brasil, a renda anual média de um anfitrião da plataforma é de cerca de R$ 5,5 mil.

CRESCIMENTO

O Airbnb começou a operar no Brasil em 2012. Na época, eram 3,5 mil anúncios. Hoje, são 123 mil. “Podemos dizer que o brasileiro está abraçando o compartilhamento de lares, como um jeito novo de viajar e como fonte de renda para quem tem espaço extra. Para famílias, em especial, num momento de dificuldade econômica do País, pode ser garantia de manter a viagem”, diz o gerente-geral do Airbnb, Leo Tristão.

Na Olimpíada, os anfitriões do Airbnb receberam 85 mil hóspedes, gerando uma receita extra de R$ 100 milhões para os cariocas. Do total de visitantes, quase metade era brasileira. 

O serviço vem sendo muito criticado pela concorrência com o setor hoteleiro, que tem custos maiores. “Preferimos lembrar que a inovação e a concorrência não deve ser limitada, porque isso prejudica a sociedade. A atividade do Airbnb no Brasil é legal, regulamentada e nossa comunidade respeita as leis. Os anfitriões ficam com 97% do valor do aluguel, tributado no Imposto de Renda”, conclui.


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