As obras da Unidade de Abatimento de Emissões (Snox) da Refinaria Abreu e Lima (Rnest) serão retomadas pela Petrobras. O empreendimento teve as suas obras paralisadas desde 2014. A empresa contratada para fazer os serviços foi a paulista Qualiman Engenharia e Montagens. A construção deve começar em quatro meses e gerar 800 empregos diretos e mil indiretos, segundo informações do Porto de Suape.
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A reportagem do JC procurou ontem a Qualiman mas foi informada, por telefone, que ainda não há informações sobre como e quando ocorrerão as contratações. A implantação dessa unidade é importante por dois motivos: a geração de emprego que vai contribuir para aquecer a economia local e porque será a conclusão do primeiro trem (linha de produção) da refinaria, a qual pode passar a operar com a sua capacidade total de processar 115 mil barris de petróleo por dia (bpd) nessa primeira etapa.
Atualmente, a Rnest só pode processar 100 mil (bpd) justamente por causa da falta da Snox. Ela trata os gases resultantes do processo de produção de combustíveis com baixo teor de poluentes, tais como o diesel S-10 (diesel que possui até 10 partes por milhão de enxofre).
A entrada em operação da Snox deve ocorrer em junho de 2018, segundo informações da Petrobras. O prazo está dentro do termo aditivo ao último Termo de Compromisso (TC) assinado pela petrolífera e a Agência estadual de Meio Ambiente (CPRH) em janeiro de 2016. Na época, a petrolífera se comprometeu a iniciar as obras da Snox até julho do ano passado, o que não ocorreu.
Ao ser questionada sobre alguns detalhes da obra, que se limitou a responder que “ a retomada das obras do segundo trem de refino foi postergada e está condicionada à busca de um parceiro para investimento. E a previsão atual de retomada das atividades de implantação do trem 2 (a segunda linha de produção) é 2021.
LAVA JATO
A Rnest está no alvo do furacão da Operação Lava Jato que revelou um esquema de corrupção bilionário envolvendo políticos, empreiteiras e os diretores da Petrobras. A Qualiman não foi citada na Lava Jato, mas faz parte de uma lista de 21 empresas com um processo administrativo aberto pelo Conselho de Administração de Defesa Econômica (Cade) que investiga a formação de cartel em licitações públicas para contratação de serviços pela Petrobras. A assessoria de imprensa do Cade informou que a investigação está em fase de defesa dos representados e não há prazo legal para a sua conclusão.
A Rnest produz, principalmente, diesel S-10, sendo responsável por cerca de 30% da fabricação nacional deste derivado, além de gás liquefeito de petróleo (GLP), nafta petroquímica, óleo combustível e coque. Com a entrada em operação da Snox, o empreendimento passará a produzir ácido sulfúrico e enxofre.