META FISCAL

Empresários criticam reoneração da folha de pagamento

A medida foi tomada pelo governo federal com o objetivo de aumentar as receitas da União

Da editoria de economia
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Publicado em 31/03/2017 às 9:15
Foto: Guga Mattos/JC Imagem
A medida foi tomada pelo governo federal com o objetivo de aumentar as receitas da União - FOTO: Foto: Guga Mattos/JC Imagem
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A reoneração da folha de pagamento não foi bem vista por empresários e economistas. Em Pernambuco, a medida deve atingir 12,5 mil indústrias das 15 mil existentes no Estado. “A nossa expectativa é de que a medida traga um incremento de 30% na folha de pagamento. É um percentual alto para uma época de crise”, revelou o contador da empresa Mectronic, Jamildo Cavalcanti. Com cerca de 700 funcionários, a companhia fabrica material elétrico e a folha de pagamento é a sua principal despesa. Com a reoneração, o governo federal espera arrecadar R$ 4,8 bilhões por ano. A medida foi anunciada anteontem como uma das formas de gerar mais receita para a União cumprir a meta de equilíbrio fiscal.

“Isso vai ter um impacto imediato nos custos das empresas e veio num momento inadequado, quando a indústria estava apresentando sinais de melhora. Pode até diminuir o emprego, porque vai onerar direto a folha de pagamento”, resumiu o diretor do Sindicato da Indústria de Material Plástico de Pernambuco, Anísio Coelho. Ele é sócio de uma fábrica de plásticos e de material de limpeza na qual trabalham 95 pessoas em Olinda.

DESONERAÇÃO

A desoneração da folha de pagamento ocorreu em 2011 para estimular o crescimento da economia. “Esse programa foi quase inócuo porque desde 2011 estamos perdendo capacidade produtiva e o desemprego foi grande em 2014 mesmo com a desoneração”, argumentou o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Thobias Silva.
Segundo ele, a reoneração deve impactar na folha de pagamento de 85% da indústria instalada no Estado que emprega cerca de 310,8 mil pessoas. Os setores que estão fora da reoneração são a construção civil, obras de infraestrutura, transportes rodoviários, metroviários, ferroviários de passageiros e comunicação.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse ontem que a recuperação da economia brasileira depende do equilíbrio das contas públicas. “Isso faz com que os juros possam responder a uma queda da inflação. A inflação baixa vai levar a um aumento da demanda, o que faz com que esses setores possam crescer de forma saudável e não por meio de distorções”, afirmou Meirelles à Agência Brasil ao chegar à Câmara dos Deputados, em Brasília, para audiência na Comissão Especial da Reforma da Previdência.

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