A Agência Nacional de Águas (ANA) publicou ontem, no Diário Oficial da União, uma autorização para reduzir a vazão do reservatório de Sobradinho a 600 metros cúbicos por segundo. Atualmente, é de 700. Essa alteração vai fazer a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e os produtores do Vale do São Francisco fazerem adaptações para captar a água do São Francisco. Somente para fazer as adaptações necessárias, a Compesa deverá gastar R$ 14 milhões na aquisição e instalação de equipamentos. Há a possibilidade de que Sobradinho chegue ao seu volume morto, em outubro, pela primeira vez na história, segundo o diretor de Operação da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Henrique Franklin. Segundo o ONS, o volume útil do reservatório está em 15,8%. Há um ano, estava em 31,5%.
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A redução da vazão está sendo feita para preservar a água do lago para o consumo humano. Ainda não há data para a redução da vazão ocorrer, porque isso só pode acontecer depois que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) der uma autorização permitindo a alteração.
A Compesa faz captações ao longo do Rio São Francisco para abastecer 39 municípios do Sertão, onde moram 800 mil pessoas. Segundo informações da estatal, a ANA solicitou aos Estados beneficiários que definissem as ações necessárias para a adequação das captações e a agência ficou de conseguir esses recursos junto aos órgãos do governo federal.
VOLUME MORTO
A primeira consequência que pode ocorrer quando Sobradinho chegar ao volume morto é a Chesf parar de produzir energia na Usina de Sobradinho que tem a capacidade máxima de gerar 1.050 megawatts (MW) quando a vazão está normal: 1.300 metros cúbicos por segundo. Hoje, Sobradinho está gerando em média 150 MW. Quando a vazão for reduzida, passará a 130 MW.
Segundo João Henrique, não há risco de racionamento porque a energia pode ser trazida de outras regiões e ser gerada por outros empreendimentos como as térmicas e as eólicas. Ele também diz que o volume morto de Sobradinho armazena 6 bilhões de metros cúbicos e que essa água será utilizada pelos demais usuários do lago.