Um otimista. É assim que se define o diretor de soluções corporativas do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec), Antonio Carlos Kronemberger. Por isso, não é de estranhar sua declaração de que, apesar dos altos índices de desemprego ainda presentes no Brasil, já é possível enxergar o início da retomada do mercado de trabalho e os profissionais já podem voltar a buscar emprego em suas áreas de atuação.
No último levantamento divulgado em maio pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE, havia 14 milhões de desempregados no Brasil, número correspondente a 13,6% da força de trabalho nacional. O índice representa a primeira queda no desemprego desde novembro de 2014. “Já estamos notando mudanças positivas essenciais para a retomada do investimento e dos empregos. Os resultados positivos do PIB, a redução da inflação e dos juros, e a própria queda no número de pessoas desempregadas apontam para uma melhora do cenário”, diz Kronemberger.
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Ainda de acordo com ele, mesmo as instabilidades políticas não devem ser suficientes para barrar estas conquistas e o reaquecimento do mercado de trabalho. “São acontecimentos que trazem um certo desânimo e uma sensação de incerteza, mas o Congresso está funcionando bem e este ciclo precisa terminar, não pode ficar assim para sempre”, revela.
RECRUTAMENTO
A crise econômica deve mudar a forma como é realizado o recrutamento dentro das empresas. Para Kronemberger, graças ao alto número de profissionais qualificados buscando vagas frente a uma quantidade pequena de ofertas de trabalho, as seleções devem atentar mais não apenas para o perfil técnico, mas também comportamental.
“A crise mostrou a necessidade ainda maior de os profissionais terem o perfil comportamental compatível com o da organização. Hoje, sabemos que muitos são contratados pela questão técnica, e demitidos por comportamento”, diz. Entre as habilidades mais valorizadas pelos recrutadores estão capacidade de adaptação e transformação, flexibilidade, resiliência e ter propósitos claros.