Consumidores reclamam de atrasos de até um mês na entrega de encomendas feita pelos Correios. O JC apurou que problemas na máquina de triagem estariam causando o encalhe de cerca de 60 mil itens.
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No Centro de Cartas e Encomendas do Bongi, na Zona Oeste do Recife, é frequente a procura de consumidores por informações sobre objetos atrasados. O militar Argemiro Marinho dos Santos está sem usar o carro porque o kit de embreagem que comprou pela internet ainda não chegou. A entrega estava prevista para os dias 7 ou 9 deste mês. “O custo-benefício da compra pela internet era melhor, o frete era grátis. Os Correios dizem que tem muita encomenda”, disse.
Já a estudante Lenita da Silva Lima, 19 anos, está esperando a entrega de uma coroa para o seu casamento, marcado para dezembro. O adereço chegou no centro no dia 31 de julho e, até agora, não foi entregue. “Eu paguei pelo serviço de entrega mais rápido. Me disseram que eu tenho que esperar em casa”, explicou Lenita.
Em resposta, os Correios afirmam que atrasos na entrega de objetos são fatos eventuais e precisam ser analisados um a um. A estatal garante que está realizando esforços para aprimorar os processos de tratamento e distribuição da carga. A máquina de tratamento de encomendas, por exemplo, está sendo atualizada para ampliar a capacidade de tratamento de objetos por hora.
Além disso, os Correios dizem que são realizados mutirões nos fins de semana para aumentar os escoamentos das cargas.
A empresa recomenda a todos os clientes que, antes de se dirigirem ao Centro de Entrega, verifiquem por meio do site dos Correios, no endereço www.correios.com.br, ou por meio da Central de Atendimento ao Cliente (3003-0100 capital e região metropolitana e 0800-725-7282 demais localidades), se o objeto ainda está no prazo para ser entregue na residência.
O problema não é novidade. A estatal enfrenta crise. Ano passado, teve prejuízo de R$ 2 bilhões. Para sair dessa situação, aposta em outros serviços, como telecomunicação. A empresa detém o monopólio do serviço postal no País e, por isso, não entrou no Programa de Parcerias de Investimento (PPI).
Os consumidores que estão sendo prejudicados com o atraso podem procurar o Procon. “Se o atraso da encomenda trouxer um prejuízo da ordem material e moral, pode recorrer ao judiciário para buscar indenização”, alerta o gerente de fiscalização do Procon estadual, Roberto Campos. O telefone do órgão é 0800-2811-311.