CRISE

Desemprego é maior entre os jovens de 18 a 24 anos, diz Ipea

São vários motivos que contribuem para o desemprego maior entre os jovens. Um deles é o fato de que as empresas preferem os mais experientes, segundo especialista

Da editoria de economia
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Publicado em 23/09/2017 às 8:01
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São vários motivos que contribuem para o desemprego maior entre os jovens. Um deles é o fato de que as empresas preferem os mais experientes, segundo especialista - FOTO: Foto: Agência Brasil
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O desemprego foi maior entre as pessoas de 18 e 24 anos no segundo trimestre de 2017, segundo a Carta de Conjuntura de nº 36 do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “É a maior taxa de desemprego já registrada para essa faixa etária. Numa grande crise política e econômica como estamos vivendo, a demanda por contratação de jovens tem uma retração, porque as empresas optam por quem tem experiência. As companhias levam de seis meses a um ano para preparar um jovem em algumas funções e não estão querendo passar esse tempo esperando”, afirma o gerente de Negócios Corporativos da Thomas Case & Associados, Felipe Carvalho. A empresa é especializada em gestão de capital humano. Na média da população, o desemprego ficou em 12,8% no trimestre móvel encerrado em julho.

Outro fator que também deve ter impactado o desemprego dos jovens é o fato de que mais pessoas experientes voltaram ao mercado de trabalho por terem perdido os seus empregos. “Ao mesmo tempo, alguns jovens tiveram que procurar trabalho para ajudar na renda da família e aí entraram para as estatísticas do desemprego”, acrescenta Felipe. No cálculo feito pelo IBGE, as taxas do desemprego incluem as pessoas que buscam emprego. Enquanto esses jovens estavam só estudando, eles não entravam para as estatísticas por não serem considerados desempregados.

DICAS

Ainda no segundo trimestre deste ano, a volta ao mercado de trabalho ficou em 25% para as pessoas entre 18 e 24 anos, enquanto na média da população este percentual foi de 31,7%. Para mudar essa realidade, o especialista cita pelo menos quatro dicas que podem contribuir para o ingresso ou a volta ao mercado de trabalho. A primeira é se qualificar, buscar treinamento e formação com foco na qualidade. “Houve uma banalização das graduações. São milhares de cursos no mercado e o jovem tem que se preocupar com a qualidade da instituição que escolheu, porque quando a crise diminuir as empresas vão escolher os mais qualificados”, diz.

A segunda dica que pode fazer o jovem sair das estatísticas do desemprego é empreender. “Às vezes, a pessoa descobre algo que não volta mais. É uma solução por causa da falta de trabalho em algumas áreas. E é possível empreender com baixo custo”, revela.

A terceira dica é fazer algum serviço voluntário na sua área. “Esse trabalho também dá experiência e permite o contato com a rotina corporativa, possibilitando também se aproximar das pessoas que já atuam nesse setor”, argumenta. E, por último, o especialista cita que estar conectado com redes sociais para fins profissionais é importante para chegar numa contratação. “Destacamos a LinkedIn, a maior plataforma profissional. Um grande número de empresas fazem algumas das etapas da seleção utilizando essa rede que também permite se envolver em debates na sua área de interesse, publicar conteúdo e até criar conteúdo, o que é importante”, conclui.

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