Quando o calendário de 2017 virar, o valor do salário mínimo vai passar de R$ 937 para R$ 965. Um aumento de apenas R$ 28 para os cerca de 47,9 milhões trabalhadores no País, que têm remuneração baseada nele. Com um reajuste de 2,98%, o mínimo vai subir menos que a inflação pelo segundo ano consecutivo. Ou seja: não terá ganho real. O INPC (inflação calculada para quem ganha até cinco salários mínimos) está estimado em 3% para este ano.
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Doutora em economia e professora da DeVry/FBV, Amanda Aires explica que o reajuste será pequeno mais uma vez porque o cálculo é feito com base na inflação (INPC) estimada para 2017 (3%) e no PIB de 2016 (-3,6%). “Não tem como ser diferente porque a conta é realizada com base na lei. Entre 2016 e 2017 o aumento foi de R$ 57, mas este ano piorou. Só vai doer menos porque a inflação foi menor e vai corroer menos a remuneração do trabalhador”, diz, lembrando o impacto sobre trabalhadores ativos e aposentados.
RECUPERAÇÃO
Na virada de 2018 para 2019, o salário só voltará a ter ganho real se a economia reagir este ano, porque o cálculo será feito com base no PIB de 2017, com crescimento estimado em 0,73%. Na última segunda-feira (30), o ministro da Fazenda Henrique Meirelles, afirmou que “o salário mínimo é determinado pela aplicação da lei e não por escolha política”, justificando o anúncio do Ministério do Planejamento de que o valor projetado para 2018 cairia de R$ 969 para R$ 965.
O governo baixou a previsão do valor do mínimo em função da projeção de inflação menor. Em agosto, o valor já havia sido reduzido de R$ 979 para R$ 969. Com o reposicionamento do valor para baixo, o Ministério do Planejamento espera economizar R$ 1,2 bilhão em 2018.
