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Compra de material escolar impulsiona negócios no Estado

Serviços de delivery de material escolar e encapamento de livros são oferecidos em janeiro

Da editoria de economia
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Publicado em 07/01/2018 às 7:05
Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
Serviços de delivery de material escolar e encapamento de livros são oferecidos em janeiro - FOTO: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem
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O mês de janeiro representa para milhares de pais o início da saga pela compra do material escolar. Livros, cadernos, canetas, lápis e outros itens se tornam uma grande preocupação, já que será preciso enfrentar filas e vuco-vuco em lojas, pesquisar preços e carregar peso. O trabalho é grande, já que 350 mil estudantes devem se matricular apenas nas escolas particulares de Pernambuco, segundo estimativa do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado (Sinepe-PE).

Apesar de ir às compras ser um suplício para alguns, o mercado de material escolar representa fonte de renda para outros com serviços que facilitam a vida principalmente dos pais mais ocupados. É o caso do delivery de lista escolar da Papelaria Santa Terezinha, em Ribeirão, na Zona da Mata do Estado, criado pela empresária Myrelle Pereira. Ela atende Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes, além de outros municípios do interior de Pernambuco. Basta enviar a lista para ela e esperar a entrega em casa. São feitos três tipos de orçamento com base na qualidade do material.

Myrelle passou a entregar material há dois anos, depois que foi demitida da Refinaria Abreu e Lima, em Suape. “Minha mãe tem a papelaria em Ribeirão. Então, conversando com uma amiga eu tive essa ideia. É um serviço voltado para entrega apenas de itens de papelaria”, comenta a empresária. De dezembro a fevereiro do ano passado, ela recebeu encomendas de 70 listas. Este ano, já possui demanda de 110. “Não imaginava que iria crescer tanto assim, pois só fiz divulgação pelo Instagram e boca a boca. Acho que muitos pais estão buscando a comodidade. Tive que triplicar as encomendas de material”, diz. A partir da próxima semana, realizará entregas duas vezes por semana. Os pedidos podem ser feitos pelo Instagram, no @deliverylistaescolar.

Para obter uma renda extra, a jornalista Mariana Araújo também aposta em trazer comodidade aos pais encapando livros com papel adesivo por R$ 6 a unidade. Só em janeiro do ano passado, encapou cerca de 400 livros. Ela começou a encapar para preservar os próprios livros de bolso, depois passou a fazer para amigas, que divulgaram o negócio. “É o terceiro ano que ofereço o serviço e tem pais que vão encapar pela terceira vez. Meu público está na Zona Norte, onde há muitas escolas”, comenta.

No ramo tradicional, as lojas já se preparam para enfrentar a maratona. O Varejão do Estudante estima aumentar a vendas em 10% em relação ao ano passado. No acervo, estão disponíveis 80 mil livros. “Vamos contratar entre 50 e 80 funcionários extras de janeiro a março. Temos 40 fixos”, comenta a gerente da loja na Boa Vista, Roseane Costa. Na Livraria Módulo, em Casa Forte, a estimativa também é de crescer 10%. Outra opção é o site Estante Virtual, que espera alcançar o marco de 500 mil livros didáticos vendidos em 2018. No ano passado, teve crescimento de 20%. Pernambuco é o décimo Estado em número de acessos ao site.  

Já no Sebo, na Dantas Barreto, bairro de São José, o movimento já é grande. A dona da BJ Livros, Joilde de Oliveira, espera vender 80% dos 20 mil livros do seu acervo. “Eu sinto que a procura por livros usados cresceu ao longo do anos porque muita gente quer economizar ou realmente está com o orçamento apertado”, comenta.

A economia com livros usados é de até 70% do valor original. Por isso, a professora Danielle Pinheiro, 42 anos, procura o Sebo ou realiza troca com outros pais. “Se eu for comprar livros novos para minha filha, eu vou gastar R$ 1,4 mil. No sebo e com as trocas, consigo economizar 50%”, afirma.

ORIENTAÇÕES

Independente de onde escolher comprar, a principal orientação é de pesquisar antes. Pesquisa do Procon Recife mostra variação de até 1.095% no preço de itens de material escolar em dez estabelecimentos. “É importante saber quanto pode gastar e pesquisar. E também estabelecer prioridades de compra. Início de janeiro é o período mais aquecido do mercado, então, depois que as aulas começarem é natural que os preços caiam”, orienta o coordenador do MBA em Gestão Financeira da Fundação Getulio Vargas (FGV), Ricardo Teixeira.

Apesar do trabalho grande, a professora Luiza Coutinho não abre mão de ir para as ruas pesquisar material escolar. "Eu gosto.  Nessas pesquisas, encontra muita novidade de material escolar e consigo economizar um pouco. Já comprei caixa de lápis de cor por R$ 20 que era vendido por R$ 35, então, vale a pena. Já comecei a comprar antes do ano novo. Quando voltar de viagem, vou comprar o resto", diz.    

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