Carnaval

Consumidores estão cautelosos nas compras do Carnaval

Mesmo com um bom movimento no comércio, o sentimento é de cautela na hora da compra

Bianca Bion
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Bianca Bion
Publicado em 26/01/2018 às 9:45
Foto: Felipe Ribeiro/ JC Imagem
Mesmo com um bom movimento no comércio, o sentimento é de cautela na hora da compra - FOTO: Foto: Felipe Ribeiro/ JC Imagem
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A Rua das Calçadas, no bairro de São José, Centro do Recife, já se preparou para o Carnaval, com barracas coloridas, enfeites e fantasias. Porém, mesmo com o movimento grande de consumidores, o sentimento é de cautela, resultado da crise severa enfrentada pelo varejo ao longo de 2017. Para se precaver, os empresários aproveitam estoques do ano passado e evitam investir muito.

A esperança é de que o movimento melhore com o início das prévias e a proximidade das festas de Momo. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) do Recife espera aumento de 4% nas vendas. No Brasil, estima-se que o Carnaval movimente R$ 11 bilhões.

“Investimos com cautela, apenas 10% a mais que no ano passado. Normalmente, seria 20%. Nas duas últimas semanas, as vendas aqueceram mais por causa das prévias, mas ainda não está melhor do que e, 2017”, explica a gerente da Casa Lapa, tradicional loja de fantasias. Ela atribui as vendas ainda modestas ao fato de os consumidores estarem apertados com compra de material escolar, IPVA e IPTU. Para atrair os clientes, a loja aposta em descontos em pagamentos à vista que variam entre 5% e 10%, dependendo do item. No local, as fantasias mais procurada são de sereia, unicórnio e itens relacionados ao Homem da Meia Noite.

Na loja Linha & Cia, na Rua da Praia, que vende tecidos e fantasias, Romero de Oliveira usa a mesma tática. O desconto pode chegar a 40%. “Praticamente não investi, só comprei poucas novidades”, comenta.

Já a vendedora Janielle Mary aposta nos enfeites de cabeça, com flores e brincos de orquídeas. “Espero que esta semana melhore.”

A expectativa é de que o cenário de recuperação do varejo pernambucano indicado pela Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE em 2017 se confirme este ano também. No acumulado do ano até novembro, as vendas subiram 5,1%. “As condições da economia melhoraram, a inflação está baixa, a geração de emprego começa, lentamente, a melhorar. Isso gera confiança nas famílias”, diz o presidente da CDL Recife, Cid Lôbo.

Customização

A customização das próprias fantasias é uma forma de economizar. Nas lojas de aviamento, a procura por botões, fitas, rendas e outros produtos é grande. Graciete Torre, dona da loja Amadriete, na Rua das Calçadas, calcula que já superou as vendas em 50% na comparação com o ano passado. “Meus produtos são pequenos e mais baratos. Quem tem habilidade faz fantasia. Não tenho do que reclamar. Investi 30% a mais do que no ano passado”, diz.

A atriz Endi Vasconcelos, 28, é uma das clientes adeptas do “faça você mesma”. Ela procura enfeites para compor a própria fantasia, com ajuda de uma amiga costureira. “Sou natural do Recife, mas moro no Rio. Sempre volto para o Carnaval. Junto com a minha amiga, consigo economizar e também deixar a fantasia com a minha cara”, explica.

Para quem não tem muito jeito de improvisar, a loja Décimo Andar, em Casa Forte, faz customizações no Carnaval. Este ano, a coleção é inspirada em elementos da natureza, como pavão e arco-íris. Em janeiro deste ano, o faturamento já dobrou. A equipe com cinco funcionários fixos passou para 12. “A produção de Carnaval não exige um investimento alto, as peças são mais baratas do que as vendidas ao longo do ano e o preço médio varia entre R$ 50 e R$ 120. Assim, a cliente pode compor as peças do jeito que quiser”, explica uma das sócias Bruna Távora.

Mesmo com o orçamento ainda apertado, os foliões não vão deixar de curtir o Carnaval no Estado. “As coisas estão difíceis, mas não dá pra deixar de pular o Carnaval. Por isso, eu vim comprar acessórios, mas estou economizando”, comenta a professora Rejane Virgínia, 46.

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