Enquanto Larry Page e Sergey Brin iniciavam a história do Google nos Estados Unidos do fim da década de 1990, o mercado de tecnologia e os usuários ganhavam uma promissora ferramenta de busca Made In Pernambuco. Nascido no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar) e financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), o Radix trazia novidades como a indexação de sites através de algoritmos automatizados enquanto seus concorrentes da época (como o Cadê?) ainda o faziam manualmente.
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O bairrismo pernambucano pode até ajudar na afirmação de que a ferramenta era “pioneira” e “melhor” que alguns concorrentes, mas não consegue evitar o questionamento: por que não foi o Radix que dominou o mundo? Para um dos responsáveis pela construção da ferramenta não há apenas uma explicação. “Faltou, na época, um conjunto de coisas. Estamos falando do fim dos anos 1990, quando no Brasil só tínhamos internet discada, o público de partida era limitado. Além disso, o horizonte de tempo dos investidores para ter retorno precisava ter sido maior. A infraestrutura de tecnologia também limitou”, avalia o cientista Silvio Meira, um dos responsáveis pelo desenvolvimento do Radix.
Fragmentação
Na época a empresa chegou a empregar mais de 70 pessoas e no ano de 2000 recebeu aportes de US$ 5 milhões (valores da época) de um fundo de investimento internacional. Depois de se valorizar e ganhar força diante dos seus concorrentes, a empresa foi fragmentada e vendida para grandes companhias, como a IG. Os anos se passaram, o barulhinho da internet discada se tornou “retrô” e o Google está presente nos computadores e celulares de todo o mundo. Até mesmo de Pernambuco.