História das Copas

Com Zizinho e Puskás, década de 50 vê o início dos craques sem Copa

Melhores dos mundiais de 1950 e 1954, respectivamente, Zizinho e Puskás inauguraram o hall dos grandes jogadores sem um título da Copa do Mundo

Heitor Nery
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Publicado em 21/01/2018 às 12:04
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Melhores dos mundiais de 1950 e 1954, respectivamente, Zizinho e Puskás inauguraram o hall dos grandes jogadores sem um título da Copa do Mundo - FOTO: Reprodução
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As Copas de 1950 e 1954 também ficaram marcadas pelos primeiros grandes craques que não conseguiram um título mundial em seus currículos. Tanto Zizinho, na Copa disputada no Brasil, quanto Puskás, no Mundial da Suíça, foram eleitos os craques das competições, mas deixaram os torneios apenas com o vice-campeonato, perdendo a oportunidade de conquistar o principal torneio de seleções do planeta.

Um dos principais nomes do Brasil nas décadas de 40 e 50, Tomás Soares da Silva, o “Zizinho”, foi apontado como uma inspiração por ninguém menos que Pelé. O Rei do Futebol afirmou que se encantou com Zizinho quando ele atuava pelo São Paulo, clube por onde conquistou o Campeonato Paulista de 1957, sendo considerado por muitos analistas da época o melhor da competição. O jogador, no entanto, teria o Mundial de 1950 como o único de sua carreira.

Apesar do bom desempenho no São Paulo, foi no Rio de Janeiro que Zizinho viveu seus melhores momentos na carreira. No futebol carioca, ele defendeu as camisas do Flamengo, por onde conquistou três campeonatos estaduais, e do Bangu, clube onde foi duas vezes vice-campeão carioca. De acordo com um ranking histórico elaborado pela Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol, Zizinho foi considerado o 47º melhor jogador do século 20 e o 10º melhor da América do Sul. Colocações que poderiam ser ainda melhores caso ele tivesse levantado a Jules Rimet com a seleção brasileira.

Perdendo na seleção, Puskás conquistou o mundo com o Real Madrid

Ferenc Puskás quase seguiu o mesmo caminho do brasileiro. Não conseguiu conquistar o mundo com a seleção húngara, é verdade, mas realizou este sonho com a camisa do Real Madrid. Jogando ao lado de Di Stéfano, outro grande da história mundial que nunca conquistou uma Copa do Mundo, Puskás participou da conquista da Copa Intercontinental dos merengues em 1960, quando o Real derrotou o Peñarol, do Uruguai, para levantar seu primeiro título da história da competição.

A chegada a Madrid, contudo, foi bastante conturbada. O jogador viajou até a Espanha com o Honvéd, clube húngaro que formou a base da seleção vice-campeã em 1954, para enfrentar o Athletic Bilbao pela Liga dos Campeões de 1956. Por conta de um problema político na Hungria, invadida pelas tropas de Stálin após a Revolução Húngara de 1956, os jogadores do Honvéd, incluindo Puskás, se recusaram a retornar ao país. A Fifa, então, proibiu que os atletas do clube voltassem a atuar profissionalmente até que regularizassem sua situação com a federação local. Ele só voltaria a jogar dois anos depois, quando fechou com o Real Madrid em 1958. Na Espanha, O Major Galopante conquistou outros feitos coletivos e individuais como cinco títulos do Campeonato Espanhol e três da Liga dos Campeões. Até hoje, Puskás é o quinto maior artilheiro da história do Real.

O Puskás ainda teria oportunidade de disputar uma outra Copa do Mundo, mas defendendo cores diferentes. Naturalizado, o atacante disputou o Mundial de 1962, com a seleção espanhola, sendo eliminado ainda na fase de grupos. Com isso, ele se tornou um dos cinco na história a disputar uma Copa por duas seleções diferentes.

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