mulheres no comando

Mulheres estão no comando no futebol da Croácia

A presidente da Croácia Kolinda Grabar fez questão de assistir aos jogos da seleção nas arquibancadas. Ela vem roubando a cena na Copa do Mundo da Rússia

JC Online
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Publicado em 12/07/2018 às 18:41
AFP
A presidente da Croácia Kolinda Grabar fez questão de assistir aos jogos da seleção nas arquibancadas. Ela vem roubando a cena na Copa do Mundo da Rússia - FOTO: AFP
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A torcedora número 1 da Croácia é também a presidente do país. No próximo domingo, Kolinda Grabar-Kitarovic repetirá seu ritual para os jogos da Copa do Mundo pela sétima vez na Rússia. Vestirá o uniforme quadriculado e acompanhará a grande final contra a França, às 12h (de Brasília). Primeira presidenta mulher de seu país, Kolinda estabeleceu alguns dias de folga para torcer por sua seleção no Mundial. Os dias de trabalho que está perdendo, ela garante, serão descontados de seu salário no final do mês.

Até agora, Kalinda não perdeu uma partida sequer e fez questão de ocupar sua cadeira nas arquibancadas no lugar dos camarotes para as autoridades. Na partida contra a Rússia, pelas oitavas de final, ela foi identificada no meio da multidão e foi convidada a comparecer a tribuna de honra da Fifa. Logo depois, foi filmada no vestiário com a equipe comemorando a classificação para as quartas de final. A cena se repetiu anteontem, quando o país garantiu a classificação para a final pela primeira vez na história da Copa do Mundo.

Grabar foi eleita presidente em 2015, pelo partida conservador União Democrática da Croácia. Aos 50 anos, ela é casada e tem dois filhos adolescentes. No Mundial, ela chama a atenção não apenas por ser mulher, mas também por se comportar como uma torcedora comum, sem regalias. Não utilizou dinheiro público para bancar a viagem e optou por voos comerciais para acompanhar o time.

IVA OLIVARI

Outra mulher croata também ganhou os holofotes na Copa do Mundo de 2018. Iva Olivari é a única componente do gênero feminino na comissão técnica de uma seleção na Rússia. Ela é a coordenadora da delegação e comanda as decisões de logística, organização e até conversa detalhes do futebol com o técnico Zlatko Dalic – as decisões técnicas, porém, são por conta do treinador. Olivari é carinhosamente chamada de “chefa” pelos veteranos e “tia Iva” pelos novatos. “Os mais jovens, quando chegam estão muito assustados, não sabem de onde vêm e me chamam de ‘tia Iva’”, revelou. “Mas isto se esquece em seguida e passo a ser só Iva”, acrescentou.

Ela assumiu o cargo na Federação de Futebol da Croácia em 1992, quando houve a separação do país da antiga Iugoslávia e, consequentemente, surgiu a necessidade de criar uma entidade esportiva para administrar o futebol. Na época, Iva era jogadora profissional de tênis, mas teve que encerrar a carreira por conta de uma séria lesão. Hoje, com 49 anos, ela está no comando do setor administrativo de um esporte predominantemente masculino.

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Iva explicou que nunca sofreu preconceito por ser mulher, mas já ouviu muitos questionamentos sobre sua função. “Eu não fui discriminada, embora tenha ouvido coisas do tipo: ‘ela não deveria estar ali, seria melhor se fosse um homem, não sabe nada de futebol’. Tanto faz estes comentários”, confessou. Entre suas funções está a comunicação com outras seleções. “Tudo que precisa para participar de um torneio é minha responsabilidade”, concluiu, orgulhosa do papel que assumiu na entidade.

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