Michel Platini insistiu que a sua consciência está limpa e que vai continuar a lutar para anular a suspensão imposta pela Fifa no seu discurso de despedida da Uefa, nesta quarta-feira (14), em Atenas, antes dos líderes do futebol elegerem o esloveno Aleksander Ceferin como seu sucessor na presidência da entidade europeia.
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Platini foi autorizado pela Fifa a participar do Congresso da Uefa como um "gesto de humanidade", apesar de cumprir uma suspensão de quatro anos de qualquer atividade ligada ao futebol em razão do recebimento de um pagamento indevido.
Emergindo do seu exílio imposto pela Fifa, Platini usou o discurso em Atenas para destacar suas realizações desde que assumiu a presidência da Uefa em 2007 e para dar conselhos ao próximo chefe do futebol europeu. Houve aplausos dos delegados da Uefa, mas Platini não chegou a ser ovacionado nem ao fim do discurso concluído com as palavras: "Amigos do futebol, adeus".
Antes disso, sem detalhar as especificidades do delito, Platini insistiu que não houve nada de impróprio por ter recebido um pagamento de 2 milhões de francos suíços (aproximadamente R$ 6,8 milhões, na cotação atual) do órgão regulador do futebol mundial em 2011.
"Tenham certeza que eu tenho a consciência limpa, que estou convencido de que não cometi o menor erro, e que estou continuando a batalha legal", disse Platini a uma plateia que incluía o presidente da Fifa, Gianni Infantino. "Eu quero agradecer a todos nesta sala que tiveram a coragem e lealdade para me apoiar durante os últimos meses".
Platini, de 61 anos, vivia a expectativa de deixar a presidência da Uefa para assumir o comando da Fifa. Mas a sua suspensão permitiu que Infantino, seu braço-direito na gestão da entidade europeia, assumisse o que parecia ser o destino do francês, se tornando o chefe do futebol mundial.
Assim, chega ao final uma carreira de décadas no futebol, com Platini conquistando diversos títulos pela Juventus e pela seleção da França, depois se tornando um dos homens mais poderosos do esporte até entrar em desgraça no último ano.
O mandato presidencial de quatro anos de Platini, até 2019, será concluído por Aleksander Ceferin, líder da federação eslovena, que superou nesta quarta-feira holandês Michael van Praag, vice-presidente da Uefa, na eleição realização na capital grega.
Platini disse aos candidatos que "o futebol é um jogo antes de um produto, um esporte antes de um mercado, um show antes de um mercado". "Para milhões de pessoas ao redor do mundo, o futebol é uma chama", afirmou. "Nós fizemos muito juntos por nove anos para desenvolver e preservar essa chama".