Chapecoense

Viúva de Cléber Santana desabafa após filho não ser aprovado em peneira da Chapecoense

De acordo com Rosângela Loureiro, faltou sensibilidade para a Chapecoense em evitar uma nova frustração para seu filho em um período tão curto após a tragédia

JC Online
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Publicado em 21/04/2017 às 16:47
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De acordo com Rosângela Loureiro, faltou sensibilidade para a Chapecoense em evitar uma nova frustração para seu filho em um período tão curto após a tragédia - FOTO: Arquivo Pessoal
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Um episódio envolvendo a família do pernambucano Cléber Santana, que faleceu com a queda do avião que levava a delegação da Chapecoense para o primeiro jogo da final da Copa Sulamericana, trouxe um novo momento de tensão entre os familiares das vítimas e o clube catarinense. A viúva do jogador, Rosângela Loureiro, não aceitou que o filho do casal, Cléber Júnior, fosse reprovado em uma peneira realizada no início do ano pelas categorias de base da Chape. De acordo com ela, faltou sensibilidade aos dirigentes do clube em evitar uma nova frustração para o seu filho em um período tão curto após a tragédia.

"Os amigos dizem que é canhoto, que vai ser igual o pai. Aí, chegou lá e não passou por estar sem condicionamento. Como uma criança, passando por isso tudo, vai ter condicionamento? Se fosse uma pessoa sensata, não faria isso. Ele quando crescer quer começar na Chapecoense. Aí eu disse pra ele: "Você começa onde for, mas não nessa Chapecoense", afirmou Rosângela ao Globesporte.com.

Cléber Júnior, de 14 anos, já fez parte de um processo seletivo na Chapecoense em 2016. No entanto, ele precisou parar com os treinamentos pois, segundo a mãe, o processo estava cansativo. Ela afirma ainda que houve um acordo para que seu filho pudesse reiniciar o processo em janeiro de 2017, para que tivesse condições de igualdade com seus concorrentes.

Diretor da Chape afirma que não há distinção em seu processo de seleção

Também em entrevista ao Globoesporte.com, o responsável pelas categorias de base da Chapecoense, Mano Dal Piva, reconheceu a importância de Cléber Santana para a Chapecoense, mas afirmou que o processo seletivo não pode colocar privilégios para alguns candidatos. Ainda de acordo com Dal Piva, o porte físico de Cléber Júnior foi determinante para a reprovação do jogador.

"Ele veio fazer avaliação, ficou uns dias e não voltou mais. Era bem franzino e pequeno, achávamos até que era sub-13. Segundo o pessoal, no ano passado ele foi fazer avaliação e parou. O próprio Cléber deve ter visto que era preciso fazer algo diferente por estar muito abaixo dos demais", afirmou o dirigente.

Dal Piva, no entanto, deixou as portas abertas para um possível retorno do jogador. O diretor lembrou que avaliações constantes são normais para essa faixa etária entre os jogadores.

"Ele pode voltar daqui a três meses, avaliamos, fazemos algo diferente. Se percebemos que qualquer um tem potencial, desenvolver, é algo bem tranquilo. Os meninos mudam muito de tempo em tempo nessa fase de crescimento, vai amadurecendo. Ninguém está fora e ninguém está garantido", declarou.

Apesar disso, Rosângela ainda não aceita as declarações da diretoria do clube. Para ela, faltou um maior cuidado com o emocional do menino no início do ano.

"O que está acontecendo com ele, aconteceu com o pai, que era magrelinho, pequenininho para a idade. Mas não importa o tamanho, o que importa é que joga bola. Não cobro que coloquem meu filho no time, cobro que tivessem coração pelo que ele estava passando", disse.

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