A procuradoria de Madri apresentou acusação contra o brasileiro Marcelo, lateral do Real Madrid, por suposta fraude de meio milhão de euros ao fisco espanhol, segundo fontes judiciais nesta terça-feira.
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O ministério público suspeita que Marcelo tenha utilizado uma série de empresas fantasma fora do país para ocultar dinheiro proveniente de direitos de imagem. A entidade entrou com denúncia contra o jogador por delito contra a Fazenda Pública.
Por meio desse esquema, a procuradoria da província de Madri considera que o jogador escondeu 490.917 euros em impostos da renda do ano de 2013.
Segundo a denúncia, Marcelo cedeu em 2006 "seus direitos de imagem à sociedade uruguaia Consultora Heltry S.A por um preço único de 70.000 dólares, que por sua vez cedeu os mesmos direitos um ano depois pelo valor de 802.813 euros à sociedade britânica Chatarella Investors Limited, com validade até 30 de junho de 2012".
Em 2013, ambas empresas finalizaram esse contrato de cessão e Heltry "cedeu os diretos de Marcelo para outra sociedade uruguaia chamada Birsen Trade S.A.", segundo a denúncia.
Para a procuradoria, "todas as estruturas societárias foram utilizadas para fazer ocultações fiscais dos benefícios procedentes da exploração de seus direitos de imagem".
Em 2011, 2012 e 2013 Marcelo não declarou nada por direitos de imagem. Apesar disso, em 2013, a Birsen Trade "obteve receitas de 1.168.764,38 euros aparentemente derivada de exploração de direitos de imagem do denunciado, despachadas por Real Madrid, Adidas e Panini", segundo a procuradoria.
Os benefícios deveriam ter sido declarados ao fisco espanhol, segundo a procuradoria, que quantifica em 490.917,70 euros o prejuízo para a Fazenda Pública.
A denúncia apresentada contra Marcelo está relacionada às várias denúncias que a procuradoria de Madri apresentou nos últimos meses. Vários jogadores foram acusados por suposta fraude fiscal relacionada com receitas de direitos de imagem.
Em julho, o astro português Cristiano Ronaldo compareceu ao juizado para depor em investigação de suposta omissão de 14,7 milhões de euros, entre 2011 e 2014.