O jornal espanhol El Confidencial divulgou nesta quinta-feira a denúncia feita pela receita espanhola contra o português Cristiano Ronaldo, do Real Madrid. O periódico teve acesso aos documentos do caso, que acusam o astro de ter declarado apenas 4% dos R$ 536 milhões conseguidos com patrocínios no período entre 2011 e 2014. Foram declarados apenas R$ 22 milhões ao fisco.
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Segundo a publicação, CR7 teria se baseado na Lei Beckham para diminuir o valor declarado, que seria de 24,75%, diferente dos 48% exigidos à alta sociedade espanhola. A lei isenta os estrangeiros que têm alta renda de pagarem parte dos impostos. Apenas a receita gerada na própria Espanha deve ser declarada junto ao fisco, ignorando os ganhos conseguidos no estrangeiro. E foi justamente essa a alegação dos advogados do português. A discrepância entre o valor declarado e o real será usado pelo fisco contra o jogador.
HISTÓRIA DA LEI
A lei foi batizada com o nome do inglês David Beckham porque ele foi um dos primeiros a gozar dos benefícios, contratado pouco mais de um ano antes dela entrar em vigor em 2005. Os advogados de Cristiano Ronaldo alegam que 92% dos patrocínios do craque foram gerados fora do país, por isso, isentos de impostos. Apenas R$ 85 milhões teriam sido gerados na Espanha e, segundo os advogados, foram todos declarados corretamente entre 2011 e 2014.
Parte dos direitos de imagem do jogador foram destinados a uma empresa nas Ilhas Virgens Britânicas, que possuem impostos bem menores do que os aplicados na Espanha. Além de Cristiano Ronaldo, o argentino Lionel Messi também teve problemas com a receita federal, chegando a ser condenado a 21 meses de prisão. Contudo, a pena foi revertida.