Crítico da atual gestão do executivo do Náutico, o presidente do conselho deliberativo do clube, Gustavo Ventura, discorda dos que falam que há um “golpe” em curso no clube com o processo de antecipação das eleições alvirrubras, do fim do ano para o dia 16 de julho. Segundo ele, há argumentos considerados excepcionais que pedem a antecipação, como a rejeição do balanço financeiro de 2016 e a crise financeira do clube. Apesar disso, admite que a decisão pode ser considerada política dentro da lógica de que o conselho não deve apenas referendar as atitudes do presidente do executivo.
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“Não aceito tal tipo de crítica. Não há golpe no Náutico. Mas se você me perguntar se é uma questão política não nego já que o conselho é um órgão com poder político. Ele não existe apenas para chancelar o que se faz no clube ou ficar calado. O conselho está lá para tomar posições quando discorda de determinadas ações. O presidente Ivan Brondi inclusive foi avisado muito antes dessa possibilidade (de antecipação)”, afirma Ventura, que ainda reforça sua ideia com o argumento de que o atual presidente do executivo poderá não só completar seu mandato, até o fim do ano, como ainda ser candidato para uma eventual reeleição no clube.
Gustavo Ventura também refuta a ideia de que o conselho age como oposição no Náutico. Segundo ele, o órgão só interferiu na gestão do executivo em um aspecto, que foi o do destino do R$ 1 milhão e 500 mil obtidos pelo clube junto ao canal Esporte Interativo. “Posso até discordar de como o executivo gasta o seu dinheiro, mas o conselho nunca disse como deveria fazer, é dinheiro deles. A exceção foi esse valor antecipado. Porque era dinheiro de futuras gestões. Isso é fazer oposição?”, questionou.
OPINIÕES
O mandatário do conselho, contudo, reconhece que tem opiniões diferentes da gestão do executivo. O tema Aflitos é um deles. Ele afirma que o conselho é favor, enquanto que outras pessoas são contra. O clube atualmente joga na Arena de Pernambuco, mas tenta reformar o estádio para retornar para a antiga casa.
Além disso, Ventura critica a falta de diálogo entre executivo e conselho no que diz respeito às finanças. Destaca que deveria haver maior planejamento e gastos mais conscientes. Dentro dessa lógica, aponta que o foco nesse momento não deve ser acesso, mas sim uma campanha respeitável na Série B.