Contratado com a árdua missão de tentar livrar o Náutico do rebaixamento para a Terceira Divisão, Beto Campos está encontrando sérias dificuldades para fazer o Timbu reagir na competição. Há 40 dias à frente da equipe alvirrubra, o treinador sequer conseguiu fazer o time deixar a última posição da Série B - os alvirrubros seguram a lanterna desde a 6ª rodada. Em oito jogos, foram quatro derrotas, três empates e apenas uma vitória, números que lhe rendem apenas 25% de aproveitamento.
Apesar de o Náutico necessitar somar pontos urgentemente, o que se vê em campo nas últimas partidas é uma equipe com pouca ambição de vencer e conformada em assegurar o empate. O que tem ficado provado na classificação é que não adianta somar um ponto por rodada. Na situação timbu, será mais proveitoso arriscar e buscar os três pontos para dar um salto de posição. Dos oito jogos do Timbu sob o comando de Beto, o time somou pontos em quatro deles. Mesmo assim, viu a distância para a primeira equipe fora do Z-4 chegar a 12 pontos - o Paysandu, 16º, com 20 pontos.
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Para Carlyle Paes Barreto, colunista do Jornal do Commercio, Beto Campos não pode ser responsabilizado totalmente pelo momento, mas enxerga que ele poderia tentar um fato novo. “É difícil cobrar algo de um técnico que não tem material suficiente em mãos para trabalhar. Mas Beto não pode ficar aguardando reforços. Tem que mudar, aos poucos, a postura do time. Jogar apenas por uma bola não o levará a lugar algum”, considerou.
Sobre o estilo do treinador alvirrubro, Maciel Júnior, comentarista da Rádio Jornal, acredita que não seja o mais adequado para o atual momento do clube. “Ele ainda não passou pra mim que a sua escolha foi a mais adequada para a situação que o Náutico atravessa. Acho que a diretoria deveria ter trazido um treinador que consegue levantar o time e engatar uma sequência de cinco, seis vitórias consecutivas. Que chama o jogador e faz ele crescer com a cobrança. Beto tem perfil para começar a temporada, montar o elenco e iniciar todo um trabalho. Pegar o time em andamento achei arriscado. Mas não o vejo como culpado”, explicou.
MUDANÇA
Os dois cronistas concordaram que o esquema tático utilizado por Campos precisa ser revisto. “Já que ele não tem um centroavante (Vinícius e Gilmar estavam lesionados), que abra mão de um dos ponteiros. Faça teste com dois atacantes, ganhando mais um homem no meio de campo”, pontuou Carlyle. “Ele conseguiu deixar a defesa menos vulnerável, mas o pecado de Beto é de usar o 4-3-3 sem ter três bons atacantes para jogar. Depender de um jogador pra armar e deixar três atacantes lá na frente que raramente recebem a bola para finalizar não dá. É preciso colocar mais um meia para essa bola chegar mais vezes no ataque”, complementou Maciel.